O Partido Progressista (PP), oficializou, nesta terça-feira (14) sua saída da base do governo João Campos, na Câmara de Vereadores do Recife. Liderada pela vereadora Missionária Michele Collins, a bancada - composta por quatro vereadores - agora passa atuar de forma independente na Casa José Mariano.
De acordo com a parlamentar, em conversa com o JC, as matérias serão analisadas de forma independente, “mas sempre primando pelo bem do povo recifense, de acordo com os valores partidários”. Ainda segundo Michelle Collins, isso não significa que o partido vai fazer oposição ao governo municipal.
“Aquilo que acharmos importante, necessário e correto para a cidade, vamos votar a favor. E os projetos que não forem bons, vamos votar contra”, pontuou.
Um exemplo prático dessa atuação independente já pôde ser conferida na votação do projeto de lei do Executivo número 46/2022, que autoriza o poder público a desafetar e alienar bens imóveis pertencentes ao município.
A matéria foi aprovada no Plenário, mas a vereadora Michelle Collins votou contra, enquanto a orientação da bancada governista foi favorável ao projeto. “Entendo que não podemos abrir mão do patrimônio que o Recife tem”, disse.
Ao ser questionada sobre essa orientação, Michelle Collins explicou que procurou o presidente da Casa, Romerinho Jatobá (PSB), o líder do Governo, Samuel Salazar, para comunicar a decisão do partido e que houve um diálogo tranquilo com os demais vereadores da bancada. Como líder, ela também disse que vai priorizar o diálogo e a unidade do partido na Câmara.
A decisão de sair da base do governo João Campos foi tomada pelo presidente estadual do PP, o deputado federal Eduardo da Fonte, que não teria repassado oficialmente uma justificativa para a mudança de posicionamento.
Entretanto, os vereadores já esperavam que houvesse algum movimento do partido diante das mudanças no âmbito federal e estadual.
Nos bastidores, a informação é de que com a adesão do PP a base de apoio a governadora Raquel Lyra (PSDB), esse movimento na esfera municipal não teria passado despercebido por João Campos, que tem intensificado os esforços para reeditar a Frente Popular visando a sua reeleição em 2024.
Na Assembleia Legislativa de Pernambuco, Raquel Lyra conta apenas com o PSDB e com o PP, somando uma bancada governista de apenas 11 parlamentares. Nessa segunda-feira (13), ela esteve reunida com os partidos que compõem a bancada independente da Casa, como o União Brasil, Solidariedade, o PT - que forma a federação com PCdoB e PV, numa tentativa de buscar mais apoio a sua base governista.