Michelle ganha PL Mulher, salário de R$ 33,7 mil e viagens pelo Brasil

Nomeação é estratégia do partido de Bolsonaro para tentar preservar o recall eleitoral do ex-presidente
Estadão Conteúdo
Publicado em 16/02/2023 às 17:55
Michelle chegou ao Brasil disposta a se engajar na militância partidária Foto: ISAC NÓBREGA/PR


Em uma estratégia para tentar preservar o recall eleitoral do ex-presidente Jair Bolsonaro, o PL anunciou a ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro e como presidente do "PL Mulher".

A ideia, segundo interlocutores da sigla, é que ela e Walter Braga Netto, que foi candidato a vice-presidente em 2022, façam viagens pelo Brasil preparando o terreno para o lançamento de candidaturas a prefeito em 2024.

O presidente do PL, Valdemar Costa Neto, gostaria de que o próprio Bolsonaro participasse das viagens, mas o ex-presidente está recluso nos Estados Unidos desde dezembro do ano passado.

O ex-presidente afirmou na última terça-feira, 14, em entrevista ao Wall Street Journal, que pretende voltar ao País em março para liderar a oposição. Já Michelle chegou ao Brasil disposta a se engajar na militância partidária.

A legenda decidiu que a ex-primeira-dama vai receber o mesmo salário de um deputado federal (R$ 33.763), mas o pagamento só começará a ser feito depois de março, se o ministro Alexandre de Moraes, presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), autorizar um novo desbloqueio parcial das contas.

Em dezembro, o ministro determinou o desbloqueio de R$ 1,155 milhão do PL para o pagamento dos funcionários.

O bloqueio das contas da sigla foi decidido por Moraes em novembro para o pagamento de uma multa de R$ 22,9 milhões por questionar o resultado da eleição presidencial.

A decisão foi tomada após o PL pedir uma verificação do resultado do segundo turno nas eleições sem apontar fraudes.

Salário gordo para Bolsonaro

O PL também planeja pagar um salário de R$ 39 mil ao ex-presidente e ceder a ele um gabinete na sede do partido em Brasília, mas apenas após o desbloqueio e quando Bolsonaro voltar dos EUA.

Já Braga Netto está despachando no PL, exercendo o papel de dirigente partidário ao lado de Valdemar. A ideia, segundo integrantes da sigla, é que ele seja nomeado para o cargo de secretário de Relações Institucionais ou secretário-geral.

A estratégia de preservar a marca Bolsonaro foi desenhada no momento em que o presidente do PL tenta, em outra frente, preservar a ala do partido que defende o apoio ao governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

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