O comandante do Exército, general Tomás Paiva, disse que as Forças Armadas devem atuar em defesa da democracia, como "uma instituição de Estado, apolítica, apartidária, imparcial e coesa". A declaração foi dada durante leitura da Ordem do Dia do Exército, em solenidade no Quartel-General da Força Terrestre, com a presença do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
"O Exército imortal de Caxias, instituição de Estado, apolítica, apartidária, imparcial e coesa, integrada à sociedade e em permanente estado de prontidão, completa 375 anos de história", afirmou o comandante. "Sua existência está alicerçada em valores e tradições, bem como comprometida com a defesa da Pátria, da independência, da República e da democracia."
Na Ordem do Dia expedida ontem, o comandante do Exército defendeu a necessidade de a corporação se manter comprometida com a defesa da democracia e buscar a modernização em "um mundo cada vez mais complexo".
Conforme o regramento desse tipo de cerimônia, Lula não discursou, mas condecorou as organizações das Forças Armadas com a Ordem do Mérito.
Mais tarde, o presidente - após um novo episódio envolvendo os ataques golpistas de 8 de janeiro culminar no pedido de demissão do ministro do Gabinete de Segurança Institucional (GSI), Gonçalves Dias - disse que hesitou em comparecer ao evento em celebração ao Dia do Exército.
Em discurso no evento em que anunciou a recomposição de R$ 2,44 bilhões do orçamento das universidades federais, Lula destacou ter participado mais cedo do Dia do Exército e disse não guardar rancor dos militares pelo 8 de janeiro.
"Hoje foi o Dia do Exército e todo mundo sabe o quanto eu andava magoado com os militares desse país por conta de tudo que aconteceu. Fiquei a noite pensando: ‘Vou ou não vou?’. Tomei a decisão de ir e acho que Deus me ajudou a decidir", disse Lula. "Fui para mostrar: ‘Eu não guardo rancor’. Esse Exército não é mais o Exército de Bolsonaro, é o Exército de Caxias, é o Exército com compromisso constitucional."