O perfil da rede social Twitter do senador Marcos Do Val (Podemos-ES) foi bloqueado nesta quinta-feira (15).
Do Val é alvo de uma operação da Polícia Federal (PF) que realizou, por ordem do ministro Alexandre de Moraes (STF) busca e apreensão em três endereços vinculados ao senador.
Ao entrar no perfil do Senador, no Twitter, aparece a mensagem informando sobre o bloqueio por ordem do Poder Judiciário brasileiro. As outras contas no Instagram, Facebook e Youtube ainda estão no ar.
MARCOS DO VAL INVESTIGADO
O senador é investigado pelos crimes de divulgação de documento confidencial, associação criminosa, abolição violenta do Estado Democrático de Direito, golpe de Estado e organização criminosa.
O senador ganhou destaque na mídia em fevereiro deste ano, quando alegou ter sofrido coação do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) para se juntar a ele e tentar dar um golpe de Estado.
Do Val, no entanto, deu diferentes versões sobre o caso e, por conta disto, o minsitro Alexandre de Moraes determinou abertura de inquérito contra o parlamentar para apurar se ele mentiu durante o depoimento à PF sobre o plano golpista.
VERSÕES DO PLANO GOLPISTA
Na primeira versão, o senador afirmou que teria sido recebido por Bolsonaro numa reunião dentro do Palácio da Alvorada e o ex-presidente teria sugerido que o parlamentar gravasse uma conversa com Alexandre de Moraes, que também é presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE).
Segundo essa versão, Bolsonaro chamou Do Val à residência presidencial para dar a ele essa missão.
Após receber ligações de aliados de Bolsonaro, o senador mudou a versão, afirmando que a ideia não foi de Bolsonaro, mas sim do ex-deputado federal cassado Daniel Silveira (PTB-RJ).
"O que ficou claro para mim foi o Daniel achando uma forma de não ser preso de novo, porque toda hora ele descumpria as ordens do ministro (Moraes). Ficou muito claro que ele estava num movimento de manipular e ter o presidente (Bolsonaro) comprando a ideia dele", disse Do Val.
A segunda versão, dada à PF, afirmou que Silveira teria proposto uma 'missão importantíssima' que 'entraria para a história'.
A missão era realizar uma gravação clandestina de Moraes e tentasse, durante a conversa, induzir o Ministro a falar "algo no snetido de ultrapassar as quatro linhas da Constituição".
Segundo Do Val, Bolsonaro ficou calado durante a conversa, mas não negou o plano ou demonstrou ser contrário a ele.
"A sensação era que o ex-presidente não sabia do assunto e que Daniel Silveira buscava obter o consentimento", narrou.