Federação de PSDB e Solidariedade deve contar com mais siglas insatisfeitas com Lula
Tucanos já investem em outros partidos da base de Lula (PT) para ampliar grupo de olho em 2026
A federação entre PSDB, Solidariedade e Cidadania, que começou a ser desenhada na última terça-feira (7), visando as eleições 2026, deve receber a adesão de outras legendas em breve.
O grupo está de olho em outras siglas que integram a base de Lula (PT) no Congresso, mas estão insatisfeitas com o presidente.
"Nenhuma hipótese de ser Lula mais", teria o deputado Paulinho da Força, fundador do Solidariedade, se referindo ao rompimento da aliança atual chefe do Executivo nacional.
Um dos partidos que deve embarcar no projeto é o PDT do ex-governador do Ceará Ciro Gomes. O assunto com os pedetistas, inclusive, antecede à reunião entre tucanos e o Solidariedade.
Ciro e o ex-senador Tasso Jereissati (PSDB) estão entre os mais entusiamados com a união, que pode ser a boia de salvação de ambas as legendas.
O presidente nacional do PDT, o deputado André Figueiredo, já admitiu as conversas, mas deixou claro, que qualquer definição virá apenas muita diálogo.
"Nós temos dialogado nacionalmente com o presidente do PSDB, com o lider do PSDB na Câmara, é uma possibilidade, não é uma certeza, até porque a federação do PSDB com o Cidadania vai até 2026. Então temos até 2026 para dialogarmos", pontuou em entrevista ao jornal O Povo, do Ceará.
Apesar de ter um ministro no governo, o partido vem se queixando nos bastidores de falta de atenção por parte de Lula.
Além do PDT, outro partido que integra a base do governo no Congresso Nacional vem conversando com o PSDB para se unir ao grupo. Trata-se do Avante.
A conversa com os sucessores do PTdoB, contudo, é mais embrionária. Entre os partidos, diz-se à boca miúda que o deputado Luís Tibé, presidente nacional do Avante, vai segurar qualquer definição para mais próximo de 2026.
"Tibé sabe que quem tem tempo não tem pressa", diz um integrante da executiva nacional de uma das legendas em negociação, repetindo a máxima do ex-governador Marco Maciel.
QUESTÃO DE SOBREVIVÊNCIA
Todas as siglas envolvidas nas articulações têm tamanho pequeno no Congresso Nacional.
Na Câmara, ocupam apenas 47 das 513 cadeiras (5 do Solidariedade, 7 do Avante, 18 do PDT e 17 da federação PSDB-Cidadania). No Senado, somente 4 das 81 vagas (3 do PDT e 1 dos PSDB).
"Essa federação é crucial para nossa sobrevivência, não só do PDT, mas das outras legendas. Mas, isso é para depois das eleições municipais", admite um pedestista de Pernambuco.
A ideia é que o bloco seja formado após as eleições de outubro próximo e entre em campo nas disputas para a mesa diretora do Congresso em 2025 e nos pleitos estaduais e nacional de 2026.
O JC procurou a direção nacional das legendas, mas não obteve retorno até a última atualização desta reportagem.