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Lula critica Campos Neto e diz que chefe do Banco Central atua para prejudicar o país

O presidente Lula também criticou o jantar oferecido pelo governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, a Campos Neto na última semana

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Estadão Conteúdo

Publicado em 18/06/2024 às 11:18 | Atualizado em 18/06/2024 às 17:47
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O presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, disse na manhã desta terça-feira (18), em entrevista à Rádio CBN, que a economia do País está indo muito bem e vai fechar o ano com bons resultados. Contudo, afirmou que há uma coisa desajustada no Brasil: "o comportamento do Banco Central". Segundo ele, o presidente do BC, Roberto Campos Neto, não demonstra "nenhuma capacidade de autonomia, tem lado político e trabalha muito mais para prejudicar do que para ajudar o País".

Na avaliação de Lula, não há explicação para a taxa de juros estar no nível que está. E nesta terça-feira, quando o Comitê de Política Monetária (Copom) inicia a primeira etapa da reunião que pode colocar um ponto final no ciclo de cortes da taxa básica de juros, a Selic, com perspectiva de mantê-la a 10,50%, Lula criticou: "Eu acho muito triste porque o Brasil não precisa disso, há um grau de confiança grande no País. Temos uma situação que não necessita dessa taxa de juros, é proibitiva para investimentos no setor produtivo. É preciso uma taxa de juros compatível com a inflação, que está totalmente controlada "

Na entrevista, Lula disse que os defensores dessa taxa Selic ficam "inventando discursos de inflação no futuro", enquanto é preciso trabalhar em cima do real: "Temos um bom momento, com inflação controlada, País e emprego crescendo, queremos atrair mais investimento e que o BC se comporte para ajudar este País e não para atrapalhar."

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Lula aproveitou a entrevista para dizer que vai escolher o novo dirigente da instituição com foco no compromisso do crescimento do País. "A pessoa que eu escolher para o BC também deve ter na cabeça a meta de crescimento, vou escolher um presidente do Banco Central que seja uma pessoa que tenha compromisso com o desenvolvimento do País e o controle da inflação", emendou.

Nas críticas à autoridade monetária, Lula disse duvidar que Campos Neto tenha mais autonomia do que Henrique Meirelles (que presidiu o BC pelos oito anos de seus dois primeiros mandatos no Palácio do Planalto, de 2003 a 2010).

"O que é importante, é saber a quem Campos Neto é submetido", questionou. E voltou a dizer que o novo presidente do Banco Central será uma pessoa madura, calejada, responsável, que tenha respeito pelo cargo que exerce e que não se submeta às pressões do mercado.

Na entrevista, Lula criticou também o jantar oferecido, na semana passada, pelo governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, a Campos Neto, ironizando que a autoridade monetária "quase assumiu a candidatura ao cargo de governo de São Paulo".

E alfinetou: "Tarcísio tem mais influência sobre Campos Neto do que eu, certamente, Tarcísio está achando maravilhosa a taxa de juros a 10,50%."

Lula comparou ainda Campos Neto ao atual senador (ex-juiz e ex-ministro da Justiça) Sérgio Moro, destacando que ele está disposto a fazer o mesmo papel, "com o rabo preso a compromissos políticos".

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