Daniel Coelho fala em 'tarifa zero' para transporte público no Recife: 'João Campos não colocou R$ 1 no transporte'

Apesar da grande complexidade do sistema metropolitano, pré-candidato ao PSD afirmou que seria possível bancar a iniciativa com R$ 150 milhões

Publicado em 05/07/2024 às 17:27 | Atualizado em 05/07/2024 às 17:31

Com 7% das intenções de voto na pesquisa da Datafolha, o pré-candidato a prefeito do Recife Daniel Coelho (PSD) prometeu implantar a tarifa zero no transporte público da capital durante sabatina realizada pelo UOL/Folha de S. Paulo, nesta sexta-feira (5).

A fala acabou sendo uma réplica ao pré-candidato à reeleição João Campos (PSB), que se mostrou contra a tarifa zero em sabatina na quinta-feira (6). O socialista disse não enxergar uma "fonte de receita".

"O prefeito não colocou um real no transporte público em quatro anos. A governadora Raquel Lyra banca integralmente o sistema de transporte. Muitas pessoas acham que o Transporte Complementar, por exemplo, é da Prefeitura, mas quem banca é Governo do Estado", disse

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Apesar da grande complexidade do tema, uma vez que o Recife está integrado a um sistema metropolitano de transporte, Coelho afirmou que seria possível bancar a tarifa zero com R$ 150 milhões - que seria o equivalente a 2% do orçamento público da capital.

Centro pop

Outra fala contundente do pré-candidato foi a respeito dos Centros POP - Centro de Referência Especializados para População em Situação de Rua. Ele prometeu fechar a unidade de Setúbal, na Zona Sul.

"No meu primeiro dia como eleito, vamos fechar esse centro que tornou o bairro uma verdadeira cracolândia", disparou. "Não tínhamos esse volume de população de rua no bairro, quem criou foi a atual gestão."

Como solução, Coelho tocou no tema da habitação. "Temos que encontrar onde essa população está, dialogar e trazer uma política habitacional. O Recife tem 71 mil moradias em déficit. [...] A questão da habitação não é uma prioridade para uma gestão que entrega 50 casas como se fosse resolver um problema."

Raquel Lyra

Questionado sobre o impacto da popularidade do Governo Raquel Lyra na sua campanha, Daniel Coelho frisou que "quem mede a popularidade é a urna e não as pesquisas".

"Raquel precisa fazer todo um enfrentamento pois herdou um legado muito negativo, recebemos um Estado com estradas destruídas e um sistema de saúde abandonado. Não tenho dúvida de que ela vai cumprir as suas metas e entrar Pernambuco melhor do que recebeu".

"A governadora teve de ir até Brasília e procurar o senador Humberto Costa (PT) e o presidente Lula para resolver problemas dos prédios caixão, que nunca foram resolvidos pelo município."

Em diversos momentos, ressaltou que "o jogo está começando". "Quem acha que não vai ter disputa está enganado. As pessoas têm desejo de mudança na rua e vamos crescer para o segundo turno".

Críticas ao PSB

O ex-secretário de Turismo do Governo do Estado fez diversas críticas ao PSB e à gestão de João Campos, centrando principalmente na longevidade do partido no poder e nos gastos com publicidade.

"O atual prefeito não vai governar até o fim. Está com toda a sua equipe nas ruas dizendo que vai ser governador, se movimentando nesse sentido. Deveria deixar essa arrogância de que a eleição já está ganha", disse.

"O Carnaval não pode ser instrumento de popularidade. Tivemos uma coisa grave nesse ano: uma denúncia no Ministério Público já comprovada, mas que vamos investigar mais, do uso de R$ 500 mil reais de publicidade do governo para a autopromoção da página do prefeito. Isso é inadmissível, sendo uma dos maiores casos de abuso econômico da história", denunciou.

Chuvas

"Só vimos a Prefeitura fazer investimento na área de encostas após o desastre das chuvas de 2022 [...] Os números mostram a falta de investimento com os morros, com a proteção e com as geomantas", disse.

"Existe um equívoco de destinar 80% da publicidade para autopromoção da gestão. Temos pouca publicidade sobre educação ambiental e outros caráteres educativos."

Segurança

Daniel Coelho afirmou ser a favor do armamento da Guarda Municipal e também das câmeras corporais, mas desde que essa segunda "não seja um instrumento de pressão psicológica ao profissional".

"João Campos é o responsável pelo Recife ser a única capital do Nordeste sem armamento da guarda", disse, sobre o prefeito ter confirmado que irá implementar armas num eventual segundo mandato.

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