Em sabatina na Rádio Jornal, Dani Portela vai ao ataque contra João Campos

Candidata do PSOL foi a entrevistada desta terça-feira (3) na série de sabatinas da Rádio Jornal com os candidatos à Prefeitura do Recife

Publicado em 03/09/2024 às 15:46 | Atualizado em 05/09/2024 às 12:32

Dando continuidade a série de sabatinas da Rádio Jornal com os candidatos à Prefeitura do Recife, a candidata Dani Portela (PSOL) foi a entrevistada desta terça-feira (3). Intensificando o tom crítico ao atual prefeito e candidato à reeleição João Campos, Dani aproveitou a entrevista para apontar falhas da atual gestão.

Com mais críticas do que propostas apresentadas, Dani enfatizou representar a esquerda no Recife, dentre as candidaturas postas e destacou a aproximação com gestões do PT na cidade, citando como exemplo a gestão do ex-prefeito João Paulo.

“Sempre tenho rememorado a época em que a esquerda de fato governou a cidade e a gente tem trazido essa aproximação com as gestões do PT, com as gestões do melhor prefeito que essa cidade já teve, o ex-prefeito João Paulo”, disse.

Denúncia sobre creches municipais

Dani voltou a falar na denúncia de irregularidades em creches municipais, rebatendo o prefeito João Campos, que respondeu sobre o tema em entrevista na segunda-feira, também em sabatina da Rádio Jornal.

Para a candidata do PSOL, a resposta dada pelo prefeito é “brincar com a inteligência” dos recifenses.

“O prefeito veio aqui dizer que é muito criterioso, que cumpre várias etapas, que tem edital. Mas, para mim, é chamar o povo do Recife de burro. Não dá pra brincar com a nossa inteligência e dizer que por acaso, R$ 26 milhões, de dinheiro nosso, estão sendo entregues para iniciativa privada, para pessoas aliadas, da base do prefeito”, disse.

Candidata do “time de Lula”

Dani voltou a enfatizar que é do “time de Lula”, apesar do presidente apoiar publicamente João Campos no Recife. A candidata do PSOL acusa João de esconder Lula de sua campanha e que o candidato do PSB quer o voto dos bolsonaristas.

“Nós sempre tivemos do lado certo da história. Tenho dito: as pessoas que são do time de Lula, que se identificam com as bandeiras de esquerda, sabe que não vai baixar bandeira para disputar voto de bolsonarista. João Campos tem feito isso. Lula vai cumprir acordo, mas nós somos o time de Lula”, disse.

Atuação como oposição

A candidata do PSOL relembrou sua atuação como oposição na Câmara dos Vereadores do Recife e lamentou a forma como o grupo político do atual prefeito atua na cidade.

“Fiz, inúmeras vezes, pedidos, destinação de emendas e quando foi cumprido é para dizer ‘não é de Dani, é de vereador A, B ou C’, aparecem quatro padrinhos para um corrimão só, para uma tinta jogada em uma barreira. Recife olha para os morros e é a cidade da lona preta. Mas é difícil com esse império, é o jogo de quem pode mais, o jogo do poder, dos mais ricos. A gente fez oposição, sim, mas invisibilizada, silenciada”, disse.

Dani também mencionou a participação na sessão que decidiu pela implementação da reforma da previdência no município. A candidata do PSOL, contrária a reforma, afirmou que João Campos foi “ainda mais cruel” que Bolsonaro.

“O prefeito João Campos retirou direitos de pessoas aposentadas em plena pandemia. Aumentou o tempo de contribuição de mulheres, professoras. Ele foi ainda mais cruel do que a reforma do Governo Bolsonaro”, criticou.

Armamento da guarda municipal

A candidata do PSOL se apresentou, mais uma vez, contrário ao armamento da guarda municipal, tema discutido de forma recorrente por outros opositores ao atual prefeito.

Para Dani, o foco precisa ser em melhor manutenção da estrutura e treinamento do efetivo, destacando ter destinado emendas, enquanto deputada estadual, para garantir unidades de suporte, enfatizando que a guarda no Recife não possui “condições estruturais mínimas”.

Habitação

Dani mencionou sua proposta de implementação do programa Bom de Teto, o qual destacou ser uma “possibilidade real” de utilizar imoveis abandonados da área central do Recife, para realizar desapropriação e usar para “cumprimento da função social” das construções.

A candidata do PSOL voltou a criticar o atual prefeito, após ser perguntada sobre a forma de realizar as desapropriações para esse projeto.

“Não é anistiar dívidas, mas sim cobrar dívidas. Isso muda a lógica de pra quem você governa e com quem você governa. Quando questionado, o prefeito disse que ali eram propriedades privadas, e são, mas as casas de mais de 300 famílias que viviam no entorno da ponte do Monteiro, também eram propriedades delas. Viviam há mais de 20, 30 anos e foram retiradas para que passasse uma ponte, recebendo indenizações irrisórias”, disse.

Aborto legal

Perguntada sobre o aborto legal no município, conforme menção no plano de governo, Dani Portela destacou a necessidade de fortalecer os serviços, enfatizando que o aborto é legal no Brasil em quatro situações e que esse direito não pode ser negado.

“O debate sobre aborto legal nunca foi sobre a vida, mas sim sobre o controle do corpo das mulheres por parte do estado brasileiro. O aborto é legal no Brasil em quatro situações e são nessas situações que é impossível que esse direito seja negado, a gente precisa garantir esse direito. A gente precisa fortalecer esses serviços”, destacou.

Assista à sabatina de Dani Portela na Rádio Jornal

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