Eleições 2024: Conheça a história de João Campos, prefeito reeleito com maior votação da história do Recife

Prefeito não gosta do mero título de herdeiro do pai Eduardo e do bisavô Miguel Arraes. Prefere falar em legado e jeito próprio de fazer política

Publicado em 06/10/2024 às 18:57 | Atualizado em 06/10/2024 às 21:20

João Campos (PSB) foi reeleito como prefeito do Recife com 78,11% dos votos válidos, um total de 725.721, a maior votação da história de um candidato a prefeito do Recife. Em seguida vieram Gilson Machado (PL), com 13,9%, Dani Portela (Psol), com 3,78%, Daniel Coelho (PSD), com 3,21%, Técio Teles (Novo), 0,79%, Ludmila (UP, com 0,15%, Simone Fontana (PSTU), com 0,06%, e Victor Assis (PCO), com 0,01%.

Ainda houve 20.183 votos brancos (2,05%) e 34.426 nulos (3,50%). A abstenção foi de 236.154 eleitores, o que representa 19,36% do universo de votantes.

Quando João Campos era criança, acostumou-se a ver o terraço da casa da família, no bairro de Dois Irmãos, na Zona Norte do Recife, ocupado por políticos. Seu pai, o ex-governador Eduardo Campos, reunia correligionários, inclusive nos finais de semana. A brincadeira das crianças e as conversas políticas conviviam naquele terraço. João cresceu dentro da política.

Prestes a completar 31 anos no dia 26 de novembro, João Campos é o segundo dos cinco filhos de Eduardo e Renata Campos: Maria Eduarda, João, Pedro, José e Miguel. A morte de Eduardo, em um trágico acidente aéreo no dia 13 de agosto de 2014, não permitiu que ele assistisse o ingresso do filho na política, mas foi responsável por antecipar sua entrada na vida pública.

Logo depois do acidente, João foi convocado pelo PSB para participar da campanha ao governo estadual de Paulo Câmara, que tinha sido indicado pelo seu pai. Circulou por todo o Estado e começou a fazer discursos e comícios em algumas cidades. Tomou gosto pelo dia a dia da atividade.

Com a folgada vitória de Paulo Câmara, bastante influenciada pela comoção pela morte de Eduardo, a história da família Campos voltou a se repetir. João Campos foi nomeado para a chefia de gabinete do governador, o mesmo cargo que seu pai ocupou no governo do avô. Coincidentemente, João também tinha 22 anos quando ocupou o cargo.

A chefia de gabinete é uma espécie de escola-política, permitindo o contato com prefeitos, parlamentares e muitos políticos do interior. A experiência possibilitou acompanhar o funcionamento da máquina pública. Em 2016 se formou em engenharia civil pela Universidade Federal de Pernambuco, mas já tinha sido ‘chamado’ pela política.

Em 2014, quando tinha apenas 21 anos, o pai Eduardo chegou a cogitar lançar João como candidato a deputado federal, mas foi desencorajado pela esposa Renata, alegando que seria melhor esperar ele concluir o curso de engenharia.

A primeira eleição aconteceu quatro anos depois, em 2018, marcada por um resultado extraordinário: João foi eleito deputado federal pelo PSB com 460.387 votos, a maior votação da história de Pernambuco. O novo mandato foi exercido por apenas um ano até ele decidir disputar a Prefeitura do Recife.
 

HERDEIRO OU LEGADO?

João Campos não gosta de ser conhecido apenas como herdeiro de Eduardo Campos e do bisavô Miguel Arraes.

Fala com respeito do legado que os dois lhe deixaram, que é entender o objetivo muito nítido de fazer da política um instrumento de transformação social, mas defende que é preciso construir o próprio caminho.

E foi isso o que fez, com sua estratégia de comunicação, sua conexão com os eleitores e o desejo de "melhorar a vida das pessoas", como costuma dizer. 


       

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