Caso Marielle: "Pensei que o carro passava por um tiroteio" disse ex-assessora de Marielle
Fernanda Chaves a única sobrevivente do atendado em março de 2018 foi a primeira testemunha do julgamento que começou hoje no Rio de Janeiro; confira
A primeira testemunha no julgamento foi a ex-assessora de Marielle Franco, Fernanda Chaves, a única sobrevivente do atendado em março de 2018. A testemunha participou do momento por videoconferência. Fernando solicitou que os acusados (Ronnie Lessa e Élcio Queiroz) não assistissem o seu depoimento.
Momento do assassinato
Em seu primeiro momento de fala a jornalista relembrou o que aconteceu no dia 14 de março de 2018 e disse achar que o carro passava por um tiroteio. "O carro estava bem devagar. Foi quando teve uma rajada. Num reflexo, eu me encolhi no banco do Anderson. Os tiros já tinham atravessado a janela. O Anderson esboçou dor, falou um ‘ai’. Marielle estava imóvel, e eu senti o corpo dela sobre mim”, disse.
"Eu acreditava que o carro tinha passado pelo meio de um tiroteio. Abri a porta e desci engatinhando com muito cuidado. Eu estava ensanguentada, muito suja de sangue. E comecei a gritar por socorro, pedir ajuda, por uma ambulância”, completou.
Vida após a tragédia
Questionada pelo Ministério Público do Rio de Janeiro sobre o que mudou na vida dela após o acontecido, Fernando disse que "tudo mudou".
"Embora sejam que quase 7 anos desse atentado, não há normalidade. Eu tive que sair do país. Fui orientada a sair imediatamente da minha casa. Eu saí de casa 2 dias e meio depois com meu marido e a minha filha, após aguardar o trâmite da Anistia Internacional, que ofereceu um acolhimento”, afirmou.
Próxima testemunha
A mãe de Marielle Franco, Marinete Silva, é a segunda testemunha a ser ouvida no julgamento. A mãe da vítima começou a depor por volta das 12h10min.
Relembre o caso
Marielle Franco tinha pouco mais de um ano de mandato como vereadora quando foi assassinada, no bairro do Estácio, no Rio de Janeiro.
Ela voltava de um encontro de mulheres negras na Lapa, quando seu carro foi alvejado, atingindo fatalmente também o motorista dela, Anderson Gomes.
A assessora da parlamentar, que estava ao lado de Marielle, foi ferida por estilhaços.
“Os 13 tiros disparados naquela noite cruzaram os limites da cidade, e a atenção internacional voltou-se para o Rio de Janeiro. A morte de uma representante eleita pelo povo foi entendida por setores da sociedade como um ataque à democracia”, diz o TJRJ.
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