Câmara dos Deputados: Hugo Motta, candidato a novo homem mais poderoso de Brasília

Deputado federal paraibano conta com o apoio de Arthur Lira na eleição para a composição da nova Mesa Diretora da Câmara dos Deputados

Publicado em 31/10/2024 às 20:41

*Com informações do Estadão

O deputado federal Hugo Motta (Republicanos-PB) vem sendo apontado como o principal nome para a presidência da Câmara dos Deputados, que vive processo de eleição para a composição da nova Mesa Diretora, ganhando ainda mais força na última terça-feira (29), com o apoio oficial do atual presidente da Casa, Arthur Lira (PP-AL).

A candidatura de Motta tem apoio da base do governo e boa parte do chamado Centrão. O paraibano é candidato pelo bloco MDB-PSD-Republicanos-Podemos, o qual é vice-líder. Ao todo, 147 deputados compõem o bloco.

A concorrência à Motta na eleição para a presidência da Câmara surge na figura do deputado Antônio Brito (PSD-BA), apoiado por Gilberto Kassab, presidente do partido. Elmar Nascimento (União-BA) desistiu da candidatura nesta quinta-feira (31).

Quem é Hugo Motta?

Natural de João Pessoa (PB), Hugo Motta tem 35 anos, é médico de formação e é oriundo de uma família de tradição na política paraibana, com forte presença na cidade de Patos, interior do Estado. A avó materna, o avô paterno e o pai dele foram prefeitos do município. O avô materno dele, Edivaldo Mota, ocupou uma cadeira da Câmara entre 1987 e 1992.

A carreira política de Hugo Motta começou em 2010, quando se elegeu deputado federal aos 21 anos e 22 dias de idade, obtendo 86.150 votos. Na ocasião, se tornou o parlamentar mais jovem da
história a ser eleito, feito que mantém até hoje. Com o reduto eleitoral em Patos, Motta se candidatou a uma vaga na Câmara outras três vezes, em 2014, 2018 e 2022, e saiu vitorioso em todos os pleitos.

Nos primeiros 8 anos na Câmara, foi filiado ao MDB, onde se tornou membros da “tropa de choque” de Eduardo Cunha, que incluía outros deputados, como Carlos Marun (MDB-MS), Wellington Roberto (PL-PB), Cacá Leão (PP-BA) e o próprio Arthur Lira.

Em 2016, Hugo Motta votou pela abertura do processo de impeachment da ex-presidente Dilma Rousseff (PT).

“Senhor presidente, com o orgulho de representar nesta Casa, o povo do meu Estado, a Paraíba, convicto ainda mais da necessidade de uma união nacional depois deste processo, para que o Brasil retome o seu crescimento e o seu desenvolvimento, eu voto sim”, disse Motta, ao votar.

Apesar do voto a favor do impeachment da petista, Motta, 8 anos depois, se tornou uma figura próxima do governo Lula na Paraíba. Ele tem boa relação com o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, e recebeu afagos da equipe econômica em um evento realizado em janeiro deste ano.

Em 13 anos na Câmara dos Deputados, Motta protocolou 29 projetos de lei, uma média de duas propostas por ano. Nenhum deles foi aprovado. No entanto, em 2014, uma proposta de emenda à constituição (PEC) de autoria do paraibano alterou a Constituição, incluindo na Carta Magna uma delimitação das carreiras dos agentes públicos municipais responsáveis pelo policiamento de trânsito.

Ele também foi o relator, em 2021, da chamada “PEC emergencial”, que permitiu ao governo do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) pagar auxílios na pandemia de covid-19. Ele também relatou o texto da PEC dos Precatórios na Câmara, que limitou o valor de despesas anuais com precatórios (requisições de pagamento determinadas pela Justiça). O texto de Motta também corrigiu os valores pela taxa de juros e estabeleceu um teto anual para essas dívidas.

Em 2015, Motta presidiu a Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) que investigou suspeitas de corrupção na Petrobras. O colegiado encerrou os trabalhos sem pedir indiciamentos.

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