Luciana Santos diz que não há conversas sobre possível saída do ministério: 'é só com o presidente'
Rumores apontam que a pernambucana deverá deixar a pasta numa reforma ministerial promovida por Lula para abrigar mais nomes do Centrão
A ministra da Ciência e Tecnologia, Luciana Santos (PCdoB), afirmou nesta sexta-feira (13) que não há debate sobre sua possível saída da pasta numa reforma ministerial a ser promovida pelo presidente Lula (PT) ainda em 2024 ou no início de 2025. A declaração foi dada em entrevista ao programa Passando a Limpo, da Rádio Jornal.
Os rumores sobre o possível afastamento da ministra passaram a circular nos últimos meses. O presidente Lula deve abrir mão de algumas pastas para abrigar mais nomes do Centrão e ampliar sua relação com o Congresso. A pasta de Ciência e Tecnologia é tida como uma das que serão sacrificadas.
"Desde as outras reformas, o presidente afirmou que o ministério estava muito bem, que não há debate sobre o ministério. Mas isso, claro, o presidente muda a hora que ele quiser", declarou Luciana Santos.
"Isso é muito concentrado nele. Não há muito debate nem mesmo do próprio núcleo do governo. Desde as outras vezes, ele tem tanto segredo que é só com ele mesmo", contou a ministra.
Luciana, vale lembrar, teve uma oportunidade de sair do ministério quando seu nome passou a ser ventilado para disputar a prefeitura de Olinda no pleito de outubro, mas ela optou por permanecer no governo federal e apoiou a candidatura de Vini Castello (PT), que saiu derrotado.
Federação com o PT
A possível reforma na Esplanada dos Ministérios também marcaria a redução dos espaços de aliados do PCdoB e do PV na gestão Lula, o que sinalizaria um possível enfraquecimento da aliança firmada na federação Brasil da Esperança.
Luciana Santos, que também é presidente nacional do PCdoB e da federação, afirmou que, embora tenham discordâncias com os outros partidos, há espaço para renovação da federação.
"A relação [com o PT] é ótima. Desde que eu era do movimento estudantil a gente arengava com o PT, mas é natural. E não só com o PT, mas PSB, PDT, são as relações entre as forças. A federação nos ajuda a ter que tomar decisões únicas, é uma construção cotidiana que considero muito elevada, porque você tem que colocar a política no comando. E não só durante a eleição, é uma relação muito fluida", apontou.
"Se depender do PCdoB, renova. Eu sou presidente do partido desde 2015 e Gleisi [Hoffmann, presidente do PT] desde 2017. A gente constituiu um fluxo de confiança e rapidez de entendimento que possibilitou uma convivência excelente e eu considero que a gente vai ter condições, sim, de navegar e consolidar, até ampliar", garantiu Luciana.
A ministra também afirmou que a renovação da aliança deverá ser firmada para fortalecer os partidos diante dos rumores do surgimento de outras federações.
"Do jeito que vem aí as federações, saia da frente. Republicanos e PP, se sair, vai ser uma federação fortíssima para 2026, aí os outros campos têm que ficar mais robustos para fortalecer", analisou.