Servidores de Paulista cobram salários atrasados após prefeitura pagar somente parte da folha

Gestão passada pagou o salário de dezembro somente a comissionados. Nova administração prometeu tratar a cobrança como prioridade.

Publicado em 06/01/2025 às 10:58 | Atualizado em 06/01/2025 às 15:35
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Servidores da prefeitura de Paulista, no Grande Recife, procuraram a secretaria municipal de Finanças do novo prefeito Ramos (PSDB) para reclamar do atraso no pagamento do salário do mês de dezembro de 2024, período em que a cidade ainda era administrada por Yves Ribeiro (sem partido).

Os trabalhadores reclamam que a administração passada só depositou os valores para os funcionários comissionados e aposentados, deixando os servidores efetivos sem dinheiro no final do ano.

O Sindicato dos Servidores Municipais de Paulista (Sinsempa) expôs a situação no último dia útil de 2024, em uma carta de repúdio a Yves. O texto classifica o atraso da gestão anterior como negligência e irresponsabilidade.

"Ele não cumpriu com sua obrigação básica que é pagar o salário dos trabalhadores. O salário não é apenas uma remuneração; é, sobretudo, a garantia de dignidade, sustento e segurança para as famílias que dependem dessa renda para sobreviver. Ao descumprir esse compromisso, a prefeitura não apenas viola os direitos trabalhistas, mas também desrespeita aqueles que diariamente contribuem para o bem-estar coletivo da população de Paulista", disse a diretora do Sinsempa, Jucineide Lira.

"Essa situação revela uma falha administrativa inaceitável e um descaso com aqueles que são a espinha dorsal da prestação de serviços essenciais à nossa comunidade", acrescentou.

Uma das categorias afetadas pelo atraso é a dos professores da rede municipal. O sindicato que representa a classe também denunciou a situação, ainda no final do ano passado.

"Professores e professoras vão virar o ano sem receber os seus devidos salários daquilo que foi trabalhado na sala de aula, nos departramentos", disse o então presidente do órgão, Gilberto Sabino, que se licenciou para assumir a secretaria de Educação de Paulista na gestão Ramos.

Reunião com a prefeitura

No último dia 3 de janeiro, representantes do Sinsempa estiveram reunidos com o secretário de Finanças de Paulista, Alexandre Araújo, e com a secretária Executiva da pasta, Nely Brandão.

Embora reconheçam que o atraso vem da gestão passada, os sindicalistas cobraram celeridade da nova administração. "Sabemos que o prefeito Ramos chegou agora, mas a situação dos servidores é preocupante", disse Jucineide.

Durante o encontro, a gestão municipal agendou uma nova reunião para a próxima terça-feira (7) para definir a data do pagamento.

"Eles passaram o fim de ano sem dinheiro na conta e janeiro é um mês em que as famílias têm muito mais dívidas para pagar. Por isso, solicitamos ao prefeito Ramos que realmente dê prioridade ao pagamento do salário de dezembro”, acrescentou a presidente do sindicato.

O que diz a prefeitura de Paulista

Procurada pelo Jornal do Commercio, a nova administração da prefeitura de Paulista informou que "os salários dos servidores efetivos de dezembro ainda estão pendentes, enquanto os salários dos demais servidores já foram regularizados".

A gestão confirmou que uma nova reunião será realizada na terça-feira (7) para apresentar a data prevista de pagamento, e disse que "a prioridade está sendo dada para a quitação dos valores devidos".

"Em relação à reunião com o sindicato, foi acordado que maiores informações sobre os salários pendentes da gestão anterior serão fornecidas em breve", completou a gestão Ramos.

O que diz Yves Ribeiro

Em nota enviada ao JC, a assessoria do ex-prefeito Yves Ribeiro afirmou que, desde setembro de 2024, o gestor vinha pagando o salário dos servidores até o quinto dia útil do mês seguinte, mas não explicou por que só fez o pagamento de uma parte dos trabalhadores em dezembro.

O texto também diz que, nos três mandatos exercidos em Paulista, Yves sempre antecipou o pagamento dos salários, mas que a arrecadação dos municípios sofreu uma queda, "provocando desequilíbrio financeiro nas contas das prefeituras".

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