Raio-X da Alepe: PT, PV, PCdoB em novo bloco a favor de Raquel Lyra. Veja demais blocos
Progressistas e Republicanos trabalham em novo bloco governista, enquanto o PSB fica isolado na oposição dentro da Casa de Joaquim Nabuco

Os blocos partidários da Assembleia Legislativa de Pernambuco (Alepe) estão passando por mudanças neste início de legislatura. O blocão governista, que reúne PSDB, PRD, União Brasil e Solidariedade, terá a maior renovação, passando a abrigar a Federação Brasil da Esperança, que reúne PT, PV e PCdoB. A adesão da federação ao blocão será formalizada no decorrer do dia.
O PT, vale lembrar, já votava com o Governo de Pernambuco dentro da Alepe e vem se distanciando cada vez mais da oposição liderada pelo PSB do prefeito do Recife, João Campos. A entrada no bloco governista sinaliza uma aproximação ainda maior com a governadora Raquel Lyra.
Somados, os sete partidos que integram o blocão abrigam 20 parlamentares. Ou seja, somente com este grupo, Raquel Lyra já tem 40% da Alepe.
O líder da bancada da federação no Legislativo, deputado João Paulo (PT), afirmou ao JC que a entrada dos partidos federados no bloco governista é uma forma de buscar maior participação nas comissões permanentes.
A federação vai indicar a deputada Rosa Amorim para a presidência da comissão de Meio Ambiente e espera maior participação dos membros nos colegiados mais importantes: de Constituição, Legislação e Justiça, de Finanças e Orçamento e de Administração.
"A gente fez essa composição com perspectiva de ampliar nossa participação nas comissões. Estamos pleiteando essa participação mais efetiva", disse o petista.
As novas composições das comissões têm prazo de 10 dias úteis para serem formadas, contados a partir da última segunda, quando foram abertos os trabalhos legislativos de 2025.
PP e Republicanos juntos
O mesmo blocão governista que vai receber a federação PT/PV/PCdoB perdeu o Partido Progressistas. A legenda deixou o grupo para se unir ao Republicanos numa composição independente, mas ainda de apoio ao governo.
O Progressistas possui a segunda maior bancada da Alepe, com oito parlamentares. Com os dois do Republicanos, o grupo terá uma composição de 10 deputados. Isso significa que, somando o blocão governista com o bloco PP/Republicanos, Raquel Lyra tem um mínimo de 60% de apoio na Casa.
Nos corredores, comenta-se que o PP busca maior autonomia nas decisões dentro da Assembleia. Isso porque a união das legendas vai permitir que o diretório tenha direito a uma maior quantidade de vagas proporcionais nas comissões. Atualmente, a sigla preside quatro colegiados, incluindo a de Constituição, Legislação e Justiça, prioridade da direção.
O líder do PP na Alepe, deputado Kaio Maniçoba, afirmou ao JC que as conversas com o Republicanos estão "bastante avançadas", e que o novo bloco deve se concretizar em breve. "Temos uma boa relação com o partido", contou.
Na visão dele, as mudanças nos blocos fortalecerão a relação do governo com o Legislativo.
"O governo está afinado com os deputados. Todo início de governo tem turbulências, mas agora os deputados estão vendo os resultados das entregas da gestão estadual e, com isso, os parlamentares também podem dar resposta às suas bases", avaliou Maniçoba.
PSB isolado
Com a aliança firmada com o PP, o Republicanos encerra a união com PSB e PSOL na Assembleia Legislativa.
A debandada vai deixar o principal partido de oposição na Alepe, o PSB, isolado, embora ainda mantenha 12 cadeiras. Somado ao único representante do PSOL, o grupo socialista soma 13 parlamentares.
O líder do bloco, deputado Rodrigo Farias (PSB), disse que não foi informado sobre a decisão do Republicanos.
Veja como fica a distribuição dos blocos de deputados na Alepe
Com as novas costuras de apoios e construções de blocos, a Alepe passa a ter três blocos, sendo dois de base governista e um de oposição, além de dois partidos em posição independente na Casa. Confira a relação abaixo:
- Bloco 1 (governista): PSDB, União Brasil, Solidariedade, PRD + PT/PV/PCdoB (Federação Brasil da Esperança): 20 deputados;
- Bloco 2 (governista): PP, Republicanos: 10 deputados;
- Oposição: PSB, PSOL: 13 deputados;
- Independentes: MDB (1 deputado) e PL (5 deputados).