União Brasil vive guerra interna em torno de apoio a governo Raquel Lyra
Mudanças de posicionamento da bancada do União Brasil na Alepe nesta quinta-feira (13) escancaram crise interna vivida pelo partido

Apenas dois dias após o anúncio de uma nova diretoria estadual, o União Brasil em Pernambuco volta a viver uma crise interna, agora partindo da bancada do partido na Assembleia Legislativa de Pernambuco (Alepe). Da noite da última quarta-feira (12) até o final desta quinta-feira (13), a bancada mudou de posicionamento por três vezes, entre saídas do blocão governista e retorno à base do governo, os deputados do UB agora figuram como independentes, deixando o bloco de partidos da base governista.
À tarde, os deputados Romero Albuquerque, Romero Sales Filho e Socorro Pimentel decidiram tomar o comando da representatividade da bancada do UB na Alepe, resolvendo pelo retorno ao bloco governista, composto por PSDB, PRD, Solidariedade, PP e a federação PT/PCdoB/PV. Naquele momento, que indicava o retorno da bancada ao blocão governista, Socorro Pimentel retornava à liderança do governo na Casa, além de assumir a liderança da bancada do UB na Alepe.
A decisão isolaria os outros dois deputados do partido, Antônio Coelho e Edson Vieira, que na noite da quarta-feira, haviam assinado documento que colocava o UB como independente na Casa e Antônio na liderança do partido, com assinatura de Romero Albuquerque.
Já na noite desta quinta-feira, Romero Albuquerque voltou atrás, mais uma vez, e reverteu sua posição, retornando à decisão do dia anterior, recolocando Antônio Coelho na liderança do partido, que agora ruma independente na Alepe e deixa o blocão governista.
A indefinição de posicionamento da bancada de deputados é novo episódio na guerra interna vivida pelo União Brasil em Pernambuco. Na segunda-feira (10), com o anúncio de Miguel Coelho como presidente estadual do partido, havia a expectativa de que as crises internas cessassem, pelo menos, até as discussões sobre as eleições de 2026, que, segundo o próprio Miguel, estaria pactuada entre os membros do partido para discussão apenas em 2026.
A reportagem do JC procurou os deputados estaduais do União Brasil, mas não obteve retorno até a publicação desta matéria.
Mudanças da bancada do UB movimentam xadrez das comissões na Alepe
Agora com a nova decisão de saída do UB da base do governo, o bloco governista perde mais 5 deputados, saindo de 28 parlamentares para 23, o que pode significar perder os espaços nas comissões de Legislação e Justiça (CCLJ), Finanças, além da comissão de Administração, as principais da Alepe, e que hoje são presididas por deputados da base do governo.
Na última quarta, o União Brasil já enviou para a Alepe a relação de deputados que integrarão as comissões. O partido deseja pelo menos uma presidência, além da manutenção da vice-presidência da CCLJ, que atualmente é de Romero Albuquerque e deve ser repassada para Edson Vieira.
O bloco governista, agora com 23 deputados, terá direito a indicar quatro representantes para a CCLJ e a comissão de Finanças, enquanto o bloco de oposição, formado por PSB, PSOL e Republicanos, terá direito a três indicados. Os independentes, PL e UB, terão direito a uma indicação cada.
Confira a lista dos indicados abaixo:
Comissão de Legislação e Justiça
- Antônio Moraes (PP);
- Coronel Alberto Feitosa (PL);
- Débora Almeida (PSDB);
- Diogo Moraes (PSB);
- Edson Vieira (UB);
- João Paulo (PT);
- Luciano Duque (Solidariedade);
- Sileno Guedes (PSB);
- Waldemar Borges (PSB).
Comissão de Finanças, Orçamento e Tributação
- Antônio Coelho (UB);
- Cayo Albino (PSB);
- Coronel Alberto Feitosa (PL);
- Débora Almeida (PSDB);
- Diogo Moraes (PSB);
- Gustavo Gouveia (Solidariedade);
- Henrique Queiroz Filho (PP);
- João de Nadegi (PV);
- Júnior Matuto (PSB).
Comissão de Administração
- Antônio Coelho (UB);
- Coronel Alberto Feitosa (PL);
- Diogo Moraes (PSB);
- Izaías Regis (PSDB);
- Jefferson Timóteo (PP);
- Joaquim Lira (PV);
- Waldemar Borges (PSB).