O adeus a Eduardo Campos

Mirella Martins
Publicado em 17/08/2014 às 23:02
Foto: Dayvison Nunes / JC Imagem


O ex-governador Eduardo Campos foi sepultado no cemitério de Santo Amaro, no Recife, por volta das 18h40 deste domingo (17). Durante todo o dia, a família do político, amigos, artistas, aliados, adversários e admiradores compareceram ao velório em frente ao Palácio do Campo das Princesas, sede administrativa do governo de Pernambuco. As horas foram seguidas de muita dor e lágrimas, mas também de gritos de ordem ideológica e falta de organização. Pessoas que viajaram de todo o Estado para se despedir do ex-líder pernambucano lamentaram não poder ver de perto o caixão, devido à quantidade de gente que se aglomerava, conforme a tarde passava. Com paixão e persistência, prestaram suas homenagens do jeito que puderam, gritando "Eduardo guerreiro do povo brasileiro" ou "Força, Renata", dirigindo-se à mulher de Campos.

Filho de Campos sorri ao ver foto do pai. Foto: Dayvison Nunes / JC Imagem

A presidente Dilma Rousseff, o ex-presidente Lula, a provável nova cabeça da chapa do PSB, Marina Silva, o senador Cristovam Buarque, o governador de São Paulo, Geraldo Alckmin, e outros políticos a exemplo de Mendonça Filho, Raul Henry, Felipe Carreras, João Lyra Neto, Aloysio Nunes, Luiza Erundina, Tasso Jereissati, Alexandre Padilha e Aloizio Mercadante estiveram presentes no ato. Representando a classe artística local, Alceu Valença, Silvério Pessoa, Petrúcio Amorim, Maciel Melo, Antônio Marinho, Ed Carlos, Edilza Aires, Israel Filho e Tito Lívio também foram homenagear Campos.

Marina Silva ao lado do secretário de Saúde, Antônio Figueira. Foto: Mari Frazão/Social1

Silvério Pessoa foi prestigiar Eduardo Campos. Foto: Dayvison Nunes / JC Imagem

Durante o velório, a família de Campos se revezava próxima ao caixão ao lado dos mais íntimos e recebendo os cidadãos que passavam, um a um, pela fila de visitação. A mulher, Renata, e os filhos, Maria Eduarda, João Henrique, Pedro, José e Miguel, despediram-se do patriarca com emoção e serenidade. A namorada do filho mais velho, Lara Santana; Tomás Alencar, namorado de Duda, e Augusta Carneiro, que namora Pedro, também estiveram presentes consolando os amados. Pedro, que é filho do meio de Eduardo, manteve-se firme e cumprimentava todos que apareciam. Parte dos familiares e amigos ficaram dentro do palácio, amparando-se uns aos outros, a exemplo da mãe, Ana, da avó de consideração, Madalena, e do tio Guel Arraes.

José e Lara cobrem o caixão com uma camisa do Náutico, time de Campos. Foto: Luiz Pessoa/NE10

Para encerrar o velório, os artistas presentes - companheiros de vida do político - apresentaram-se no palanque erguido em frente ao Palácio do Governo, entoando canções que marcaram a trajetória de Eduardo. Foi ideia de Renata Campos convidar os amigos cantores do marido para fazer a homenagem.

Petrúcio Amorim cantou música inédita, intitulada Memórias de um amigo, versando sobre saudade e amizade; Maciel Melo tocou Isso vale um abraço, de sua autoria, Ai que saudade d'ocê, de Vital Farias, e Tocando em Frente, de Almir Sater. Alceu Valença (mesmo gripado) cantou a tradicional marchinha de Carnaval Madeira que cupim não roi, de Capiba. Edilza Aires, com sua voz marcante, interpretou a capella a cançao religiosa Faz um milagre em mim, do padre Regis Danese, e o cantor Antônio Marinho proferiu um poema sobre o filho caçula de Eduardo, Miguel, e cantou a emblemática composição de Roberto Carlos e Eramos Carlos, Amigo.

O Palácio do Campo das Princesas. Foto: Mari Frazão/Social1

Ao final das emocionantes interpretações, a família de Campos pediu um breve momento "a sós" com o corpo do ex-governador. Os visitantes e presentes se afastaram um pouco e o hino de Pernambuco começou a tocar. Os mais próximos se despediram com bastante comoção e o caixão foi levado para o carro do corpo de bombeiros. Por volta das 17h30, o cortejo se iniciou do bairro de Santo Antônio em direção ao bairro de Santo Amaro. A Rua da Aurora foi coberta pela queima de fogos e a multidão que seguia o veículo que levava o caixão.

João Campos seguiu no carro de bombeiros cantando com o a multidão. Foto: Mari Frazão/Social1

Fogos na Rua da Aurora. Foto: Mari Frazão/Social1

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