O ex-presidente dos EUA Barack Obama e sua esposa, Michelle Obama, fecharam um longo acordo com a Netflix para produção de diversos tipos de conteúdo. A informação foi divulgada pela própria plataforma de streaming em um comunicado publicado nessa segunda-feira (21).
LEIA TAMBÉM: Casamento Real: Fotos oficiais são divulgadas
O comunicado adianta que o casal Obama deve produzir conteúdos para séries, documentários, séries documentais e outros produtos. Seus projetos estarão disponíveis para as 125 milhões de membros do Netflix. O ex-presidente dos EUA e a ex-primeira dama vão trabalhar com a Higher Ground Productions.
"Uma das simples alegrias do nosso tempo no serviço público foi conhecer muitas pessoas fascinantes pelas caminhadas da vida. Para ajudá-las, vamos compartilhar suas experiências com uma audiência maior. Isso é o porquê de Michelle e eu estarmos tão excitados com essa parceria com a Netflix - nós esperamos cultivar e fazer uma curadoria das talentosas, inspirantes e criativas vozes que podem promover a empatia e o entendimento entre pessoas e ajudá-las a compartilhar suas histórias com o mundo inteiro", disse Obama no comunicado.
Michelle Obama também falou sobre o novo trabalho: "Barack e eu sempre acreditamos no poder do storytelling para nos inspirarmos, para nos fazer pensar diferente sobre o mundo ao nosso redor e nos ajudar a abrir nossas mentes e corações para os outros".
Barack Obama assumiu o governo da maior potência do mundo no dia 20 de janeiro de 2009. Subiu ao poder com o slogan "Yes, We Can" e representava, até então, o diálogo. O democrata falava de paz, fechamento de Guantánamo e retirada total das tropas estadunidenses do Iraque e Afeganistão e se tornou o primeiro presidente negro dos EUA.
Seu governo não cumpriu as expectativas e se demonstrou frágil ao tentar fazer as medidas prometidas durante a campanha. Em alguns momentos, utilizou ordens executivas para evitar um desgaste no Congresso. Mesmo assim, com um discurso articulado e conciliador aliado ao seu carisma pessoal e de sua família, deixou o governo com mais de 50% de aprovação. O problema foi que seu carisma não se transformou em apoio político e governou enfrentando uma ferrenha oposição.
Apesar de prestigiado, Obama terminou um governo controverso. Defendeu a causa LGBT e enfrentou antigos tabus, como Cuba e Irã. Mas o ganhador do Nobel da Paz fechou seu mandato como único presidente a manter os EUA em conflitos durante seus 8 anos no comando. Em 2016, foram 26,171 bombardeamentos feitos pelas forças militares estadunidenses. O número cresceu mais de 11% se comparado a 2015.
"Ele não foi um presidente pacifista. Pelo contrário, foi bastante atuante em atingir alvos considerados inimigos, mas mudou a estratégia em relação ao Bush, que usava forças armadas no terreno. Obama focou no envio de forças especiais e em bombardeios aéreos e com drones", disse Luis Fernando Ayerbe, professor do programa de pós-graduação em relações internacionais da Unesp ao G1.