Apenas 25 anos após o surgimento do Miss Universo, a primeira mulher negra foi coroada como a mulher mais bonita do mundo. Janelle Commissiong marcou a trajetória dos concursos de beleza, que carregam na história a disparidade com mulheres negras.
Já em 2019, a sul-africana Zozibini Tunzi venceu o Miss Universo na sua 68ª edição. Ela foi a primeira mulher com cabelos afro texturizados a receber a coroa, e integra o quadro de cinco mulheres negras a vencerem o concurso.
Porém, analisando os concursos de beleza em geral, a coroação de Zozibini significa muito mais. Isso porque o portal CNN apontou que, pela primeira vez na história, as principais competições do gênero reunem, simultaneamente, mulheres negras.
Além da Miss Universo, representada por Zozibini, a Miss USA Cheslie Kryst, Miss Teen USA Kaliegh Garris e Miss America Nia Franklin foram coroadas.
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E qual seria a relevância? Além da representatividade de milhares de meninas, o discurso que cada miss carrega é essencial. Rompendo com o padrão estético estabelecido há decadas, as modelos carregam consigo causas sociais de peso.
Começando por Zozibini, a Miss Universo emocionou na competição pelo seu discurso voltado para a representatividade, meio ambiente e contra a violência de gênero. Ela, que é ativista e formada em relações públicas, utiliza das redes sociais para disseminar ações pelas causas feministas.
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Enquanto isso, a Miss Estados Unidos, Cheslie Kryst, se dedica a ajudar prisioneiros condenados injustamente. Advogada aos 28 anos, ela aborda sobre a reforma do sistema de justiça americano e também contra a violência de gênero dentro do próprio ambiente de trabalho.
A Miss Teen Estados Unidos surpreendeu ao usar o cabelo natural na competição. Cacheado e com volume, Kaliegh Garris alegou se sentir mais confiante e confortável com seus cachos.
Nia Franklin venceu o Miss America este ano e atualmente ela também é defensora das artes. Trabalhando em uma ONG, ela leva o poder da música para crianças e artistas. Aos 23 anos, a cantora de ópera revela que enfrentou o racismo e o deslocamento social através da música.