"Subindo pelas paredes", diz Ney Matogrosso, prestes a completar 80 anos, sobre a falta de sexo na pandemia

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ROMERO RAFAEL

Publicado em 11/07/2021 às 12:32
Ney Matogrosso publicou foto do seu órgão genital na sua conta do Instagram - Ney Matogrosso - Foto: reprodução @neymatogrosso

Ney Matogrosso está prestes a completar 80 anos, no dia 1º de agosto. Em comemoração às oito décadas de vida, ele lançará o EP "Nu com a Minha Música", que reúne esta canção de Caetano Veloso mais "Gita", de Raul Seixas; "Unicórnio", de Sílvio Rodrigues, e também "Se Não For Amor Eu Cegue", dos pernambucanos Lenine e Lula Queiroga. Além disso, vem aí uma biografia assinada pelo jornalista Julio Maria.

É no disco em que Ney Matogrosso tem colocado toda a sua energia. Inclusive, a sexual, impossível de ser liberada com parceiros desde o início da pandemia. Em entrevista ao O Globo, quando questionado sobre isso, ele diz: "Não sei o que é encostar num corpo humano faz tempo. Tem horas que fico enlouquecido com isso. Fico 'sai da minha cabeça, sai da minha cabeça' (risos). Sinto falta de um corpo encostando no meu. Não tem como, né? Não sou louco. Conheço muita gente que não respeita [a quarentena]. Eu não tenho coragem".

E quando perguntado se o desejo sexual continua tinindo aos 79 anos, Ney é direto: "Permanece. Na verdade, acho que esse é o normal. É que as pessoas botaram na cabeça que, com essa idade, não pode. Pode, sim! Tem muita gente com 70 anos com a vida sexual ativa. Eu tive a minha ativa até a entrada dessa pandemia. Agora, fico aqui, subindo pelas paredes".

O cantor, que é discreto quanto à vida pessoal, abriu sua intimidade numa live transmitida no ano passado, quando disse que já foi viciado em sexo - não conseguir dormir sem transar.

O único relacionamento público de Ney Matogrosso, aliás, foi com Cazuza. Ele falou sobre a relação durante uma entrevista, em maio, quando disse que entre eles foi "amor maior que o namoro".

"Não preciso estar casado, mas preciso de um clima"

Ney Matogrosso falou, ainda, na entrevista ao O Globo, que um amigo apresentou o Grindr - aplicativo para encontros gay -, mas que a dinâmica virtual, chamada fast foda, não o interessa. "Ah, não entro nesses lugares, nunca entrei. Um amigo me mostrou o Grindr e falei: 'Mas é esse açougue?'. Não quero, não me interessa. Não é caretice, não preciso estar casado, mas preciso de um clima, sabe? Ali não tem nenhum. Já saem perguntando tamanho de pau. Que coisa caída!"

"Lá nos anos 1970, eu também não tinha nenhum pudor com relação a isso. A primeira pessoa que encostasse perto de mim, que me desse tesão, eu ia. Na praia, na rua... Mas tinha um olho, um pé que encostava, sabe?", completou o cantor.

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