O Teatro de Santa Isabel, a Capela Dourada, o Convento de São Francisco e o Cinema São Luiz, no Recife, mais a casa de Janete Costa, em Olinda, ficaram diferentes para fotografias da artista paulista Flávia Junqueira. Numa intervenção a fim de gerar beleza e a sensação de encantamento, esses prédios foram registrados com balões pendendo do teto, num jogo entre os ornamentos de ostensivas arquiteturas e as memórias lúdicas da infância, ambas encantadoras.
As fotografias compõem a próxima exposição de Flávia Junqueira, "Igrejas Barrocas e Cavalinhos de Pau", que entra em cartaz dia 2, na Zipper Galeria, em São Paulo, continuando até o dia 30 de outubro.
O trabalho pega emprestado o título de um ensaio do filósofo francês Roger Bastide, publicado pela primeira vez em 1944, sobre sua pesquisa em torno do barroco brasileiro, sobretudo no Nordeste. Bastide relata que, à medida em que se aprofundava no estudo dos ornamentos barrocos, era acometido pela sensação de reconhecimento das formas, numa rememoração da sua infância, nas visitas a feiras de variedades e parques de diversão na França, e seus encantamentos.
Flávia Junqueira reúne, nessa exposição, um conjunto de obras que desdobram e aprofundam suas pesquisas em torno das relações entre encantamento, infância e ornamento. Além de balões, nas imagens, que foram realizadas também em prédios de outras cidades do Brasil, há bolhas de sabão e cavalos de pau povoando arquiteturas ostensivamente ornamentadas.