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Conheça o novo álbum de Baco Exu do Blues, 'Quantas vezes você já foi amado?'

Terceiro álbum do cantor e compositor baiano traz participações de Gal Costa, Vinícius de Moraes (em Samples), Gloria Groove e Muse Maya

Cadastrado por

Ana Anjos

Publicado em 27/01/2022 às 17:07
Baco Exu do Blues é uma das atrações do Festival Fervo - Roncca/@roncca

Com o título impactante, "Quantas vezes você já foi amado?", Baco Exu do Blues lança seu terceiro álbum de estúdio. "Eu sinto tanta raiva que amar parece errado", o primeiro verso da introdução da nova obra de um dos principais nomes da cena contemporânea já diz muito sobre o tema. O disco fala da forma de um homem preto receber e dar afeto. Nunca Baco Exu do Blues foi tão Diogo Moncorvo como nas doze faixas que compõem este disco.

No álbum, o eu-lírico lembra suas dores e amores com rimas que hipnotizam qualquer um que escuta. Todas as formas o povo preto expressar seus sentimentos são expostos em cada verso de cada som, que conta com a produção de Marcelo Delamare. "QVVJFA" traz beats de JLZ, Dactes e Nansy Silvvz. Além de feats com Gal Costa, Vinicius de Moraes (em samples), Gloria Groove e Muse Maya. E ainda trechos de Batatinha e Originais do Samba, além de áudios de personalidades da música da Bahia como Ravi Lobo do Rap Nova Era, JF e Polêmico da Banda O Metrô e o ator Leandro Ramos.

“‘Quantas vezes você já foi amado’ é uma pergunta que deixa todo mundo desconfortável. No meu caso, eu fui amado várias vezes, mas fui pouco ensinado a receber esse amor. Isso fez parecer que quase nunca fui amado porque o amor é um ciclo que só se completa quando uma pessoa está te entregando aquilo e você consegue receber e passar de volta de alguma forma. Comigo foi sempre diferente. Eu sentia que as pessoas estavam jogando aquele amor, aquele afeto em mim, mas eu não conseguia sentir 100%. Ficava desconfiado pela trajetória de vida que tenho”, desabafa o artista.

Para ele, uma das coisas mais importantes para este disco foi ter sua morada de volta em Salvador. “Foi muito importante para toda essa releitura da minha vida, dos caminhos que escolho, do processo que foi ser, criar e entender Baco Exu do Blues. Ao voltar pra minha cidade eu voltei à minha infância, minha adolescência e comecei a me questionar sobre algumas coisas. Uma delas foi a minha relação com o afeto, com a raiva, com o ódio, com o amor. De onde vinham e como foram se estabelecendo essas conexões na minha vida”, explica Baco.

QVVJFA traz um Baco amadurecido, revisitando de forma mais profunda questões que já tinha tentado revisitar outras vezes, mas ainda sem achar solução. “A estética musical é uma parada única. Remete a todo tempo ao Brasil e a Salvador. É muito música brasileira, mas ao mesmo tempo é muito música eletrônica. No final das contas é música negra, caminha por todos os lugares”, conclui.

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