A busca do submarino Titan, desaparecido no último domingo (18), chamou a atenção de todo o mundo. A embarcação viajava com cinco tripulantes a caminho dos destroços do navio Titanic.
Nesta quinta-feira (22), o porta-voz da Guarda Costeira dos EUA, John Mauger, afirmou que escombros encontrados no fundo do oceano "são consistentes com a implosão do submarino" desaparecido.
E essa não é a primeira vez que um submarino implode. Um caso veio à tona após a repercussão do submarino Titan: o do submarino argentino ARA San Juan.
O QUE É IMPLOSÃO? Confira como o OCEANGATE TITAN pode ter ficado após ser implodido
SUBMARINO ARA SAN JUAN
Em novembro de 2017, o submarino ARA San Juan naufragou na costa da Argentina com 44 tripulantes. O submersível argentino só foi encontrado após mais de um ano de buscas, a 900 metros de profundidade.
O submarino argentino perdeu contato durante uma viagem de Ushuaia, no extremo sul do país, onde havia realizado exercícios militares, ao balneário de Mar del Plata, a 300 quilômetros da capital Buenos Aires.
O capitão enviou oito comunicados para seus superiores, informando sobre uma falha nas baterias do submarino, horas antes da embarcação desaparecer dos radares. De acordo com as mensagens, havia entrado água no sistema de ventilação do submarino.
A água entrou quando o submarino estava próximo da superfície, usando um "snorkel" submarino para a entrada de ar, e houve uma grande ondulação no mar. O capitão explicou, na sua última mensagem, que esse problema havia provocado "um curto-circuito e princípio de incêndio" no setor onde ficavam as baterias.
A operação de busca pelo submarino contou com a participação de diversos países, inclusive a Marinha do Brasil e a Força Aérea Brasileira (FAB). O Brasil enviou três embarcações e duas aeronaves para ajudar nas buscas, mas o tempo ruim no local dificultou a ação, devido às ondas, que chegavam a 6 metros de altura.
Após duas semanas do desaparecimento, a Marinha argentina declarou que não mantinha mais esperanças de encontrar os tripulantes com vida e decidiu suspender temporariamente as operações de busca.
No mês de setembro de 2018, o governo argentino fechou um contrato com a empresa norte-americana Ocean Infinity para dar continuidade às operações de busca. Em 16 de novembro, os destroços do submarino foram localizados a uma profundidade de 800 metros e aproximadamente 600 metros da cidade de Comodoro Rivadavia, localizada na região da Patagônia argentina.
Essa descoberta ocorreu em uma área próxima ao ponto onde foi registrado o último contato do submarino.
As operações de busca pelo submarino foram alvo de críticas por parte dos familiares dos desaparecidos. Os parentes da tripulação expressaram sua insatisfação com o governo, tanto em relação ao desaparecimento em si quanto às estratégias empregadas nas buscas.
Passados três anos e meio do acidente, o Conselho de Guerra impôs sanções à alta cúpula da Marinha argentina, resultando em penas que variaram de 20 a 45 dias de prisão.
O capitão Claudio Villamide, então comandante da força de submarinos, recebeu a penalidade mais severa, sendo destituído de seu cargo. No entanto, especialistas e familiares consideraram as penas excessivamente leves.
Uma investigação foi iniciada contra o ex-presidente Mauricio Macri por suposta espionagem dos familiares da tripulação do submarino. No entanto, essa investigação foi encerrada em julho de 2022 devido à falta de identificação de qualquer crime cometido.