SXSW 2024: o "freio de arrumação" da IA e como isso vai afetar o mundo do trabalho
Inteligência artificial deixou de estar no foco de um simples prompt no chatGPT para dar um salto nas experiências sensoriais e na importância de estar a serviço do cidadão comum
A South by Southwest 2024 (SXSW), principal festival de tecnologia, música e inovação do mundo, teve na sua primeira metade da edição 2024 um fator comum: a Inteligência Artificial foi falada por todos os lados. E olhe que o evento nem terminou, segue até o próximo domingo (17) em Austin, no Texas.
Desde figurinhas tarimbadas, como a futurista Amy Webb, passando pela brilhante Sandy Carter e suas sete tendências para o futuro do trabalho, até o head do ChatGPT, Peter Deng, os principais painéis, palestras e eventos falavam de inteligência artificial. Até algumas problemáticas com artistas envolveram o tema.
Mas o que foi diferente em 2024? Esse ano a IA deixou de estar no foco de um simples prompt no chatGPT para dar um salto nas experiências sensoriais e na importância de que essa tecnologia esteja a serviço do cidadão e da cidadã comuns. Com destaque na vida do trabalhador.
IA e o Mundo do Trabalho
Este tópico ficou por conta de Sandy Carter, COO da Unstoppable Domains, ex vice-presidente da Amazon Web Serices, ex Gerente Geral da ibm ex Vice-Presidente da AWS. Numa das melhores, se não a melhor, palestra do evento, ela conseguiu explicar de forma didática seu documento à respeito da evolução do mundo do trabalho.
São sete tópicos:
- Tudo é exponencial
- Multimodal
- Seres e ambientes digitais vão bombar
- Tudo é replicado digitalmente
- Tudo será tokenizado
- Convergência tecnológica é realidade
- Sai na frente que lidar com os problemas causados pela IA
E se o líder não estiver imerso nesta visão terá problemas. Segundo Carter, chegou a hora do "boom" da IA, representado no gráfico abaixo retirado de sua palestra.
80% das empresas devem aumentar seu uso de IA em 2024. E a coleta de dados só vai aumentar: é como se cada ser humano tivesse 660 iPhones. E o líder vai precisar agir de maneira também exponencial, acolhendo os funcionários e encaminhando o uso técnico das novas ferramentas.
Quem não estiver aberto à tecnologias multimodais também vai ficar pra trás. Exemplo são robôs que fazem entrega sem esbarrar em quem está na calçada. Inclusive um protótipo "passeou" pelas ruas de Austin durante o evento. Mas ainda não com "cara" de robô.
Com a convergência digital é possível combinar IA com blockchain, por exemplo. Segundo a Amazon, essa tecnologia é "é um mecanismo de banco de dados avançado que permite o compartilhamento transparente de informações na rede de uma empresa".
"Uma casa vendida em Tampa tem sua posse gravado em blockchain, eliminando a necessidade de assinaturas físicas e facilitando o processo de compra", disse Carter.
Em resumo, fusão mente-máquina, experiências imersivas, tokenização de ativos e liderança responsável na era da IA são os alertas de Sandy Carter.
Mas qual a diferença de 2023 para 2024?
O contexto do evento do ano passado foi diferente, já que havia poucos meses do lançamento do ChatGPT e na própria SXSW foi anunciado a versão mais nova da ferramenta. Então havia um temor até pelo futuro da humanidade com a IA.
Neste ano houve assimilação e compreensão. Conversando com os colegas que estiverem no ano passado, a sensação foi a mesma.
"Se fosse para resumir 2023 em uma palavra eu diria 'apreensão'. Já em 2024 é 'assimilação", explica o jornalista Fabrício Vitorino, do CanalTech, que cobre o evento desde 2015.
Então a ordem é, como disse Carter, "parar de resistir e começar a entender e conviver". Pra ontem!