Noções de agricultura, trabalho em equipe e a importância de uma alimentação saudável e balanceada. Quantas lições uma horta pode ensinar a jovens estudantes? Em Olinda, a Escola Margarida Alves, localizada na zona rural do bairro de Ouro Preto, criou o projeto Aprendendo com a Horta, Cultivando Valores, no último mês de março. Desde então, foram colhidos tomates, cebolas, maxixe, coentro, pitangas e, em comemoração à semana junina, espigas de milho. Na terça-feira (20), alunos do 1º ao 4º ano do ensino fundamental prepararam comidas típicas do período mais nordestino do ano.
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“Já tínhamos uma experiência anterior com ervas medicinais, mas queríamos plantar outras coisas. Começamos a trabalhar a terra da horta em fevereiro e o plantio aconteceu em março”, explicou a professora Erika Patrícia da Silva. Para ela, o projeto tem três objetivos. “O primeiro é melhorar a alimentação, pois os alimentos são, em sua maioria, industrializados; o segundo é introduzir cuidados com a natureza; por último, queremos incentivar o cultivo em casa, já que se trata de uma área rural.”
Do plantio à colheita, todos os cuidados são de responsabilidade dos alunos, com idades entre 4 e 11 anos. Diariamente, os grupos recebem tarefas diferentes, para que participem de todo o processo. “Eles adoram a nova rotina. Chegam para a aula e vão direto para a horta. Notamos que a evasão diminuiu após o projeto e as crianças passaram a se interessar por alimentos mais saudáveis, como frutas”, destacou Erika.
SÃO JOÃO
Os milhos plantados no dia 20 de março foram doados por Josenildo Souza, pai de um dos alunos. “Quando cheguei, eles não sabiam nem o que era milho, achavam que só servia para fazer pipoca. Expliquei tudo no que poderia se transformar e ensinei a plantar. Agora estamos vendo os frutos.”
Três meses depois, ao som de forró, os pequenos colheram as espigas e se dividiram em dois grupos, responsáveis pelo preparo de bolo de milho e canjica. “Esse momento também foi importante para o aprendizado, porque trabalhamos o português, através do gênero textual da receita, e matemática, no cálculo da quantidade de ingredientes”, explicou a professora, que leciona no 3º e 4º ano.