Tubarão

Ex-surfista atacado por tubarão precisa de novas próteses para as mãos

Charles Heitor foi mordido por um tubarão na Praia de Boa Viagem, em 1999, e perdeu as duas mãos. Sem manutenção, as próteses apresentam desgastes

Da Editoria Cidades
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Publicado em 26/08/2016 às 7:07
Foto: Guga Matos/JC Imagem
Charles Heitor foi mordido por um tubarão na Praia de Boa Viagem, em 1999, e perdeu as duas mãos. Sem manutenção, as próteses apresentam desgastes - FOTO: Foto: Guga Matos/JC Imagem
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O ex-surfista Charles Heitor Barbosa Pires, 38 anos, que perdeu as duas mãos num ataque de tubarão em 1999 e utiliza próteses biônicas enfrenta problemas com a manutenção dos aparelhos. Segundo ele, a garantia expirou em 2014 e desde então o serviço está suspenso. “A assistência técnica é feita em Porto Alegre (RS), não tenho dinheiro para bancar a viagem, hospedagem e os reparos nas próteses”, diz ele.

Para conseguir as próteses Charles moveu uma ação na Justiça, contra o Estado, em 2010. A liminar foi concedida em outubro de 2011 e os aparelhos chegaram em abril de 2012, com manutenção assegurada até 2014. Nesse período, ele foi quatro vezes a Porto Alegre, com suporte do governo de Pernambuco. As próteses, sob medida, são de fabricação escocesa e custaram R$ 654 mil.

Sem assistência adequada, a mão postiça esquerda perdeu os movimentos. “Parou de funcionar totalmente”, afirma Charles. A prótese da mão direita está com problemas na fixação com o antebraço, afirma. “Fiz contato com a Secretaria Estadual de Saúde, para resolver a questão de forma amigável. Se não por possível, terei de entrar com uma nova ação judicial e um processo é muito desgastante para todos.”

A última notificação da secretaria, diz ele, se deu há um mês e meio. “Disseram que não há na tabela do SUS esse modelo de prótese”, comenta. A manutenção é feita a cada oito meses. “Gostaria de resolver isso o mais rápido possível, tinha feito avanços e estou começando a perder”, lamenta. Com as próteses ele tem autonomia para escrever, comer e segurar copos, por exemplo, sem ajuda.

Charles é uma das primeiras vítimas de ataque de tubarão no Recife. O acidente aconteceu no Praia de Boa Viagem, Zona Sul do Recife, nas imediações do Edifício Acaiaca.

Em nota enviada pela assessoria de imprensa a Secretaria de Saúde informa que, “mesmo não constando na tabela de procedimentos do Sistema Único de Saúde (SUS), cumpriu integralmente a determinação judicial fornecendo duas próteses biônicas para Charles Heitor Barbosa Pires.” E se coloca à disposição do paciente para prestar os esclarecimentos.

SINALIZAÇÃO

O Comitê Estadual de Monitoramento de Incidentes com Tubarões (Cemit) espera concluir esta semana a instalação das novas placas de alerta sobre risco de ataques em Olinda. Das oito previstas, seis foram colocadas. “Faltam duas na Praia de Del Chifre”, diz o tenente-coronel Valdir Oliveira, que fiscaliza o contrato com a empresa responsável pelo serviço. “Segunda-feira (29) começamos a botar placas no Pina (Zona Sul do Recife)”, avisa coronel Valdir.

A expectativa é colocar a sinalização no Pina e em Boa Viagem até o feriado nacional de sete de setembro, Dia da Independência do Brasil. O Cemit vai instalar 110 avisos de alerta de Olinda (Praia de Rio Doce) até o Cabo de Santo Agostinho (Itapuama), no Grande Recife.

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