Saúde

Baleia Azul: "Rede de Saúde do Recife deve permanecer atenta", diz secretário

Secretaria de Saúde do Recife agendou reunião com profissionais da rede de saúde mental para conversar sobre o "jogo"

Da editoria de Cidades
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Publicado em 22/04/2017 às 8:40
Tato Rocha/JC Imagem
Secretaria de Saúde do Recife agendou reunião com profissionais da rede de saúde mental para conversar sobre o "jogo" - FOTO: Tato Rocha/JC Imagem
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As preocupações com as consequências do desafio Baleia Azul e o impacto da série Os 13 Porquês levaram a Secretaria de Saúde do Recife a agendar uma reunião, no início da próxima semana, com os profissionais que fazem parte da rede de saúde mental do município para conversar sobre os problemas que podem ser induzidos pelo “jogo” e pela série, especialmente adoção de comportamentos suicidas.

“Não há alertas estruturados por enquanto na cidade, mas nenhuma medida (futura) deve ser descartada. Vamos dialogar para entender o que cabe ao poder público (principalmente em relação à Saúde)”, informa o secretário de Saúde do Recife, Jailson Correia.

Ele acrescenta que, diante dos riscos associados ao Baleia Azul e das investigações (dos sete casos em Pernambuco, dois são do Recife), é importante que toda a rede do sistema de Saúde do município permaneça atenta, inclusive as unidades básicas de saúde, que servem de entrada para os Centros de Atenção Psicossocial (Caps).

“A nossa maior preocupação são os jovens que estão sem acompanhamento específico, fora dos Caps, onde há profissionais capazes de identificar sinais relevantes para o suicídio nessa faixa etária. Para quem não tem apoio e apresenta depressão, por exemplo, existe uma situação de vulnerabilidade (para se envolver com os desafios do ‘jogo’). Por isso, é bastante conveniente que abracemos esse debate”, frisa Jailson Correia.

O secretário ainda salienta que a depressão está entre os mais prevalentes problemas de saúde mental e que o fato mais preocupante é que “pode ocorrer silenciosamente na casa das pessoas, sem que haja acompanhamento específico e necessário (para tratar o transtorno). É um assunto, inclusive, que está sendo trabalhado pela Organização Mundial de Saúde ao longo deste ano”, complementa Jailson, ao fazer referência ao distúrbio, que fundamenta campanha da entidade. “Depressão na infância e na adolescência preocupa e leva a uma mobilização.”

PREVENÇÃO

Cartilha sobre prevenção do suicídio feita pela Associação Brasileira de Psiquiatria e pelo Conselho Federal de Medicina destaca que, em função da alta prevalência, a depressão (acomete 5,8% dos brasileiros) é o transtorno que mais está associado ao suicídio. Representa ainda o diagnóstico mais frequentemente encontrado entre as pessoas que morrem por suicídio.

Isso não significa que o inverso seja verdadeiro – ou seja, que a maioria das pessoas com depressão interrompe a vida. Quando recebem tratamento adequado, a ideação suicida é combatida. Especialistas alertam que algumas mudanças comportamentais podem sugerir quadros depressivos na infância e na adolescência. Entre os sinais, estão tédio crônico, queda no desempenho escolar ou perda de interesse em atividades de lazer.

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