Enchentes

Hospital de Campanha do Exército atende 85 pacientes em Rio Formoso

No primeiro dia de funcionamento da unidade, maioria dos casos foi de viroses, diarreias e vômitos

Da editoria de Cidades
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Publicado em 03/06/2017 às 7:14
Foto: Diego Nigro/JC Imagem
No primeiro dia de funcionamento da unidade, maioria dos casos foi de viroses, diarreias e vômitos - FOTO: Foto: Diego Nigro/JC Imagem
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No primeiro dia de funcionamento do Hospital de Campanha do Exército, em Rio Formoso, na Zona da Mata Sul do Estado, a maior parte dos pacientes atendidos apresentava sintomas relacionados a quadros de virose, diarreia, vômito, febre ou infecções respiratórias. Dois homens foram diagnosticados com suspeita de leptospirose e estão em observação. Até as 17h desta sexta-feira (2), foram realizados 85 atendimentos, sendo 25 de pediatria, três de ortopedia e 57 de clínica médica. Rio Formoso foi uma das cidades mais atingidas pelas enchentes do último final de semana. O Hospital Municipal Maria José Monteiro foi inundado e está sem atendimento.


A expectativa inicial é a de que o Hospital de Campanha funcione por 30 dias, tempo necessário para que a estrutura física da unidade de saúde da cidade seja recuperada. O secretário estadual de Saúde, Iran Costa, explicou que os atendimentos ficaram dentro da expectativa. “O impacto sobre o sistema de saúde começa a aparecer quatro a cinco dias após as chuvas, com o aumento dos quadros de doenças respiratórias agudas e as gastroenterites, ou seja, diarreia e vômitos”, observou. Sobre os casos suspeitos de leptospirose, o secretário explicou que a doença tem um período de incubação de sete dias e que todos os pacientes com sintomas serão monitorados pela Vigilância Sanitária.

O cortador de cana Ernandes Carvalho do Nascimento, 46 anos, foi um dos pacientes diagnosticados com suspeita da doença. Ele chegou ao hospital com dores de cabeça, tosse e dores na panturrilha da perna. “Nem consegui trabalhar com tantas dores pelo corpo”, contou. Após fazer exames, ele continua em observação.

Já a dona de casa Edilene Maria dos Santos, 27, levou o filho de 8 meses que estava com um quadro de cansaço e febre. Ela perdeu todos os móveis após ter a casa inundada e está, desde o último domingo, acolhida na Escola Municipal Pedro de Albuquerque. A criança tem feridas na pele. “O médico passou um creme e me mandou trocar os lençóis todos os dias. Mas não tem lençol suficiente. Divido um só colchão com meu filho”, lamentou.

O Hospital do Exército tem capacidade para fazer 150 atendimentos por dia e conta com uma equipe formada por 41 profissionais, entre clínico-geral, pediatra, ortopedista e infectologista, além de enfermeiros, técnicos de enfermagem e farmacêuticos. A unidade, instalada em uma área de 480 metros quadrados, nas imediações da PE-60, conta com sala de triagem, sala vermelha, posto de enfermagem, laboratório, farmácia, sala de procedimentos, enfermaria com sete leitos e apoio de duas ambulâncias, uma básica e outra de suporte avançado (UTI).

MORTES

Ontem à tarde foi encontrado o corpo da mulher que estava desaparecida desde o último sábado (27), em Caruaru, no Agreste. Zileide Maria dirigia um carro, quando caiu em um riacho no bairro Caiucá. O corpo de Zileide foi encontrado preso em uma árvore, às margens do Rio Ipojuca, no bairro Riachão, próximo da Ponte Irmã Jurema.

Esta é a segunda morte registrada em decorrência das chuvas em Caruaru. A primeira confirmada foi a do pedreiro Lucas José da Silva, 27. Ele também havia desaparecido no sábado (27) após tentar retirar entulhos de uma tubulação e ser puxado pela correnteza. Duas pessoas morreram no Recife e outras duas, em Lagoa dos Gatos, vítimas de deslizamentos de barreira.

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