Atualizada às 21h02
Ativistas e protetores da causa animal realizaram um protesto na tarde desta terça-feira (20) em frente ao Hospital Veterinário do Recife (HVR), localizado no Cordeiro, Zona Oeste do Recife. Segundo eles, a unidade recém inaugurada acumula problemas. Da negligência das autoridades, cinco animais teriam perdido a vida sem atendimento na unidade.
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"O que fizeram foi transferir as castrações da Seda (Secretaria Executiva de Defesa dos Animais) para cá. Isso não é um hospital, porque nenhuma unidade de saúde atende somente em horário comercial", critica Douglas Brito, ativista desde 2008.
Entre as queixas estavam a dificuldade para marcar consultas e a negligência com os animais. Semana passada, vídeos circularam pelas redes sociais e causaram revolta em internautas. Nas imagens, uma criança aparece chorando a perda de sua cachorra, a quem teria sido negado o atendimento. "Eles conseguem ser omissos, mas a gente não", defende a ativista Leila Carla Duarte, protetora há 12 anos.
MPPE
Nessa segunda-feira (19), um documento foi protocolado junto ao Ministério Público de Pernambuco (MPPE) para exigir a regulamentação do hospital. Segundo o promotor de Meio Ambiente Ricardo Coelho, um Termo de Ajustamento de Conduta (TAC) deve ser firmado com a prefeitura.
Para o secretário da pasta, Robson Melo, existe uma demanda reprimida e, por esse motivo, donos de animais estariam enfrentando dificuldade para as marcações. "Estamos estudando a ampliação das linhas de marcação de consultas. A procura é bastante intensa, peço que continuem procurando, porque vão conseguir atendimento", garantiu.
Robson Melo falou sobre as denúncias dos ativistas de que a unidade estaria realizando castrações agendadas no ano passado pela Seda. "Nós mudamos a sistemática. Hoje, no começo do mês, nós disponibilizamos nos primeiros dias a marcação das cirurgias de castração. Quem ligar no mês de maio vai ser atendido no mês de maio."
Sobre as mortes, o secretário informou que foram registrados dois casos. O primeiro, de um cachorro que estaria convulsionando e chegou a ser atendido, mas não resistiu. O segundo, da cachorra morta na frente da unidade, que viralizou nas redes sociais, teria sido motivado pela busca tardia por atendimento. "Pela manhã, duas crianças procuraram a unidade, mas não sabiam dizer o que o animal tinha. Pedimos que retornassem com um adulto, responsável pelo cachorro, o que só aconteceu no fim da tarde."
Novos profissionais devem ser contratados até o fim do ano e a unidade passará a oferecer outros serviços, como exames. Não há previsão para que a emergência do hospital passe a atender em regime 24 horas, como prometido.
ATENDIMENTO
Em nota, a Seda informou que 700 atendimentos foram realizados na unidade durante a primeira semana. O HVR tem capacidade de fazer mais de 2.200 procedimentos por mês, sendo 70 atendimentos clínicos diários (cerca de 1.500 por mês) e mais de 35 exames radiográficos por dia (mais de 750 mensais). Conforme cronograma divulgado na inauguração, a partir de setembro, serão feitos também exames laboratoriais e, em novembro, começarão a ser feitos exames de ultrassom, atendimento odontológico e cirurgias oncológicas, ortopédicas, entre outras.