Suspeita de raiva humana

Bloqueio vacinal visita quase seis mil imóveis no Centro do Recife

Um dia após falecimento de paciente, com sintomas de raiva humada, Prefeitura do Recife faz porta a porta para vacinar cães e gatos

Da editoria de Cidades
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Publicado em 01/07/2017 às 7:34
Foto: Bobby Fabisack/JC Imagem
Um dia após falecimento de paciente, com sintomas de raiva humada, Prefeitura do Recife faz porta a porta para vacinar cães e gatos - FOTO: Foto: Bobby Fabisack/JC Imagem
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Um dia após o falecimento da paciente Adriana Vicente da Silva, 36 anos, com suspeita de raiva humana, a Prefeitura do Recife reforçou o bloqueio vacinal na área central do Recife, onde o gato, responsável pela transmissão, circulava. Até sexta-feira (30), quase seis mil imóveis haviam sido visitados e 166 animais, vacinados. As ações foram iniciadas na quarta-feira (28), atendendo protocolo recomendado pelo Ministério da Saúde. O trabalho de porta em porta acontece num raio de até cinco quilômetros do local onde houve o registro da ocorrência.

O bloqueio vacinal abrange, aproximadamente, 30 bairros. As ações consistem em vacinação de cães e gatos domésticos, captura de morcegos nas áreas de risco e orientações aos donos de animais e moradores de rua sobre o que fazer em caso de acidentes ou alteração de comportamento dos bichos.

Adriana Vicente será enterrada neste sábado (01), às 10h, no Cemitério de Santo Amaro. Ela era dona de uma casa de ração no bairro da Soledade, no Centro da capital, e foi mordida há cerca de dois meses, após resgatar o animal que vivia nas proximidades de sua loja. O gato faleceu um dia após a comerciante ser mordida. Na ocasião, ela não achou necessário procurar um posto de vacinação por acreditar que o animal havia sido vítima de envenenamento.

Nesta sexta-feira (30), ainda muito abalada, a companheira de Adriana, Edvânia Marques, disse que insistiu para que a comerciante procurasse um posto médico, logo após o episódio. “Ela ficou dizendo que depois ia e terminou não indo. Como, na época, não aconteceu nada, deixamos para lá”, contou.

Edvânia disse que os sintomas foram surgindo depois que a companheira teve uma forte gripe. “Ela começou a sentir cansaço, dores no braço. Achamos que era estresse ou uma síndrome de pânico. Mas o quadro foi piorando, piorando e, no sábado (24), ela terminou sendo internada já muito debilitada”, contou. Adriana faleceu na noite da última quinta-feira (29), no Hospital Universitário Oswaldo Cruz (Huoc), após apresentar falência múltipla de órgãos e sistemas.

PREVENÇÃO

Por recomendação da Secretaria de Saúde do Recife, Edvânia recebeu a vacina antirrábica por ter tido contato direto com a paciente. Uma amiga da vítima também foi vacinada. Ela ajudou Adriana Vicente a resgatar o gato de rua e chegou a ser arranhada pelo animal. “Mas até o momento, ela não apresentou nenhum sinal de adoecimento”, afirmou Edvânia.

De acordo com a companheira da vítima, os médicos informaram à família que o resultado dos exames feitos para investigação da doença deverão ficar prontos na próxima segunda-feira (03). O material foi enviado ao Laboratório Central de Saúde Pública (Lacen-PE) e ao Instituto Pasteur, em São Paulo.

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