Os mais vulneráveis entre os vulneráveis. O estudo do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) permite um recorte que analisa os indicadores sociais, de acordo com as variáveis de gênero, cor e domicílio. A constatação é que a desigualdade e exclusão no Brasil atinge, de forma mais contundente, os seguintes segmentos: as mulheres, as mulheres negras e, mais ainda, as mulheres negras que vivem na área rural.
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Os dados desagregados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad) mostram que, no caso da mulher negra, a situação é sempre mais sensível. Esse grupo apresentou, em 2015, alta vulnerabilidade social na dimensão capital humano – que envolve condições de saúde e acesso à educação. Nessas mesmas condições, as mulheres brancas estavam na faixa de média vulnerabilidade.
DESIGUALDADES
Embora com uma diferença substancial de 37%, pela primeira vez desde 2000 a população negra ocupa a mesma faixa de baixa vulnerabilidade social que a população branca. No entanto, quando se analisa a trajetória desses mesmos grupos, a vulnerabilidade social de pessoas negras era 49% maior que a de pessoas brancas em 2000 e essa diferença continuou alta em 2010 (48%).
“Em números absolutos, os resultados evidenciam que a desigualdade de cor continua significativa, ou seja, os dez anos de referência não foram suficientes para minimizar ou reduzir significativamente esta desigualdade”, constata o estudo do Ipea.