Feminicídio

Mulher queimada viva em Abreu e Lima morre no Hospital da Restauração

Mirela dos Santos foi queimada com gasolina pelo ex-companheiro no último dia 8 de novembro, em Abreu e Lima; ela será sepultada nesta sexta

JC Online
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Publicado em 23/11/2017 às 17:59
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Mirela dos Santos foi queimada com gasolina pelo ex-companheiro no último dia 8 de novembro, em Abreu e Lima; ela será sepultada nesta sexta - FOTO: Foto: Diego Nigro/JC Imagem
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Será sepultado nesta sexta-feira (24) o corpo da dona de casa Mirela dos Santos Oliveira, de 26 anos, que teve o corpo incendiado na noite do dia 8 deste mês de novembro, no bairro de Caetés II, em Abreu e Lima, Grande Recife. O enterro será realizado no cemitério de Abreu e Lima, mas o horário ainda não foi informado pela família.

Mirela morreu nesta quinta-feira (23), no Hospital da Restauração (HR), localizado no Derby, área central da capital pernambucana, após uma parada respiratória. Ela deixa dois filhos, sendo um menino de quatro anos e uma menina de sete anos. A jovem foi queimada viva pela ex-companheiro, que usou gasolina para colocar fogo na vítima.

"Ela era uma paciente grave porque tinha mais de 50% do corpo queimado por derivado de petróleo. Como as roupas dela pegaram fogo ela inalou muita fumada, causando lesões internas. Desde ontem ela teve uma piora respiratória e na madrugada de hoje entrou na ventilação mecânica, mas acabou não resistindo", explicou o médico Marcos Barreto, chefe do setor de queimados Hospital da Restauração.

De acordo com familiares, Mirela se jogou em pelo menos duas caixas d'água para tentar apagar o fogo do seu corpo, mas as chamas não acabavam. O médico explicou que as queimaduras causadas por gasolina não são fáceis de serem combatidas, mesmo com água, porque o material adere ao corpo da vítima. "Ela se transformou numa tocha humana. Toda queimadura por derivado de petróleo é de terceiro grau e a gravidade é maior", concluiu.

Familiares em choque

De acordo com familiares de Mirela dos Santos, a jovem estava separada do seu ex-companheiro, identificado como Vado Moura, há cerca de um mês. Os dois estiveram casados por seis anos e o homem não aceitava o fim do relacionamento. Ela, que já tinha uma filha do primeiro relacionamento, teve um filho com o suspeito. A criança, inclusive, teria presenciado o momento do crime. O padrasto da vítima, que tentou impedir o ataque do ex-genro chegou a fraturar a perna e foi submetido a uma cirurgia nessa quarta-feira (22). A mãe da jovem entrou em estado de choque ao saber do falecimento da filha.

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