Ela é a primeira igreja construída em honra de Nossa Senhora do Carmo nas Américas. Fica no alto de uma colina e ocupa o lugar de uma ermida do século 16 dedicada a Santo Antônio e São Gonçalo. A Igreja do Carmo de Olinda, com sua arquitetura religiosa barroca, integra o Livro de Belas Artes do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional, como monumento isolado, desde 1938, logo depois da criação do Iphan, no ano anterior.
O prédio que conhecemos hoje é uma construção do fim do século 17, com um altar principal e dez altares laterais. Tempos atrás, a edificação esteve ameaçada por um problema de desestabilização na encosta, que provocou a inclinação da torre da igreja. “Iniciamos a estabilização da colina histórica do Carmo em 1995 e fizemos a obra aos poucos, de acordo com o dinheiro arrecadado”, declara o engenheiro do Iphan, Frederico Almeida.
O programa Monumenta financiou as intervenções civis. Mas a restauração do altar e dos bens móveis, incluindo a recuperação do douramento, foi executada com recursos do Pronac, informa o engenheiro. “Entregamos tudo pronto há seis anos”, diz ele. A Igreja do Carmo passou 138 anos como propriedade da União, de 1874, quando foi confiscada dos carmelitas, até ser devolvida aos frades, em 2012.
Hoje mantido pela ordem religiosa, o templo está disponível para casamentos e outras cerimônias festivas. “Temos missas fixas às 11h nos domingos e às 19h30 nas quartas e quintas-feiras. Abrimos para visitas de terça a sábado, das 9h às 17h, e aos domingos até o meio-dia”, informa frei Luiz Nunes, prior da Igreja do Carmo. A taxa de acesso (exceto nos horários das missas) custa R$ 3 e ajuda na manutenção do prédio.
“Nunca abandonamos a igreja, mesmo quando o escritório do Iphan em Olinda funcionava no primeiro piso do imóvel, os frades sempre celebraram missas no Carmo, eles apenas não podiam morar no prédio”, destaca frei Luiz Nunes. Atualmente, seis religiosos residem no Convento de Santo Antônio do Carmo. “Quando os carmelitas receberam a ermida, pediram para colocar esse nome no convento, em homenagem ao nome da pequena igreja.”
História
Os carmelitas chegaram a Olinda em 1580, no século 16, se instalaram na Ermida de Santo Antônio e São Gonçalo e ampliaram a edificação, parcialmente destruída no incêndio de 1631 provocado pelos holandeses que ocuparam o Nordeste brasileiro de 1630 a 1654. A Igreja do Carmo seria reconstruída após a saída dos flamengos e o convento foi derrubado em 1907.
No altar-mor da igreja visitantes podem contemplar uma imagem de Nossa Senhora do Carmo doada aos carmelitas por dona Maria I (1734-1816), rainha de Portugal e conhecida como a Louca. A peça ocupa o centro do altar, na capela-mor, ladeada pelas esculturas dos profetas fundadores da Ordem do Carmo, Santo Elias e seu discípulo, Santo Eliseu.
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Num dos altares laterais há uma imagem de Nossa Senhora da Boa Morte, considerada uma relíquia pelos religiosos. “Dizem que a imagem teria sido encomendada pelos frades, na viagem marítima a caravela afundou, sobrando apenas a santa, que chegou boiando a Olinda num caixote de madeira”, diz frei Luiz Nunes. “A devoção a Nossa Senhora é muito forte entre os carmelitas.”
O altar de Santa Terezinha, acrescenta, único feito com cantaria, é um dos mais antigos do prédio. “Recebemos a igreja de volta em 5 de agosto de 2012 e a Província Carmelita de Pernambuco faz a manutenção, com muita dificuldade. “Gastamos R$ 12 mil numa obra no teto e vamos gastar mais R$ 77 mil na pintura externa, é difícil porque dependemos da doação de fiéis”, declara o frade.
A Igreja do Carmo de Olinda abriga eventos artísticos, como o Festival Mimo. Na Páscoa, os carmelitas promovem um jantar para pessoas pobres, com a distribuição de mil cestas básicas, desde 2012.
Serviço
Igreja do Carmo
Praça do Carmo, Olinda
Fones: (81) 3494-7573 e (81) 9 9645-9872