O corpo do jovem de 18 anos vítima de um ataque de tubarão na praia de Piedade está sendo velado desde a noite dessa segunda-feira (4), na casa dos avós em Santo Aleixo, Jaboatão dos Guararapes. O sepultamento de José Ernesto Ferreira da Silva acontece na tarde desta terça-feira (5), no Cemitério de Santo Amaro, também em Jaboatão.
Parentes e amigos passaram a noite consolando os pais e os irmãos da vítima. Elisângela dos Anjos, mãe de Netinho, como era conhecido, passou toda a manhã senta em uma cadeira buscando forças. Inconsolável, ela disse nunca imaginar passar por isso. “Muito difícil perder um filho. Eu nunca imaginei enterrar um filho meu”, comentou.
O avô do José Ernesto, Sr. Luiz Gonzaga, disse que demorou para a ficha cair e entender o que estava acontecendo. "Eu tentei me conformar. A a ficha veio cair quando a gente o viu", afirmou.
A vítima era o quarto dos cinco filhos de Elisângela. Muito abalada, uma das irmãs de Netinho chegou a passar mal ao ver o caixão do irmão. Ezequiel Zerpa, que também era irmão do jovem, disse lamentou os comentários que circulam nas redes sociais. Segundo ele, pessoas publicaram comentários impiedosos utilizando perfis falsos.
O estudante morreu na madrugada dessa segunda-feira (4) na Unidade de Tratamento Intensivo (UTI) do Hospital da Restauração (HR), na área central do Recife. O jovem foi mordido enquanto nadava com o irmão e alguns amigos na altura da Igrejinha de Piedade.
Risco
De acordo com o Corpo de Bombeiros, ele estava na parte funda do mar e foi alertado para voltar para a área rasa, pouco antes de ser atacado na perna esquerda. Levado para o HR pelo Samu, José Ernesto chegou em estado gravíssimo após ter sofrido uma parada cardíaca ainda na ambulância. O jovem passou por uma cirurgia de três horas para amputação da perna e de parte dos órgãos genitais e foi encaminhado para a UTI, onde não resistiu aos ferimentos.
A equipe médica, responsável por Ernesto afirmou que o jovem chegou com muita perda de sangue e que foram disponibilizados oito médicos e mais de duas horas para tentar salvá-lo. "A mordida do tubarão foi extremamente extensa, gravíssima. Após a cirurgia ele foi pra UTI e faleceu nesta madrugada, às 4h30 da manhã", contou o médico Miguel Arcanjo, diretor geral do HR. "Ele perdeu muito sangue, desde a mordida do tubarão. Aqui ele foi reposto, mas infelizmente ele não conseguiu mais resistir aos ferimentos que sofreu. A cirurgia ela foi feita para conter o sangramento, conter as lesões, mas o trauma foi tão severo que ele não resistiu", acrescentou o médico.
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