Com um aumento de 20% nos homicídios entre 2016 e 2017, a capital pernambucana optou por não armar sua guarda. Em vez disso, quer investir em novos Centros Comunitários da Paz (Compaz). O do Alto de Santa Terezinha, na Zona Norte, resultou na redução de 21% nos homicídios de seis bairros do seu entorno, no último ano, segundo o município. Já o do Cordeiro, na Zona Oeste, gerou uma queda no indicador de 24,6% nos seis bairros ao seu redor, entre março de 2017 e abril deste ano.
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“Armar a guarda municipal não faz mais parte de nossa agenda. Nossa política de segurança é a prevenção. Essa é a diferença do Recife. Outros municípios não têm ações do tipo”, afirma o secretário de segurança do Recife, Murilo Cavalcanti. “Já falamos em armas porque há ações que são de mais risco, mas são exceções. O fato é que nunca nenhum guarda morreu por falta de arma e não temos visto redução da violência com o armamento.”
Presidente do sindicato da categoria no Recife, Ewerson Miranda diz que o município está arriscando a vida de seus agentes. “Quem quer trabalhar no Parque da Macaxeira à noite sem arma? Temos 1.849 guardas que poderiam atuar junto com a PM em ações de segurança”, diz. “O município anunciou projeto-piloto com 100 agentes operacionais, mas voltou atrás. A CTTU quando vai fazer blitz tem que levar PMs junto”, argumenta. A categoria fez movimento durante quase todo o mês de maio reivindicando melhorias de trabalho e uso da arma.
SEM CONTROLE
Especialista em segurança, Leandro Piquet assessorou a prefeitura do Rio de Janeiro entre 2011 e 2016 no tema. “Analisamos muito o assunto e concluímos que, ao armar os guardas, o gestor municipal tende a reduzir sua presença nas ruas e limitar sua função à de vigilante, porque é ele quem vai responder por qualquer incidente. Se as PMs não fazem treinamentos diários e não têm o controle que deveriam, as prefeituras vão ter?”. Em plebiscito realizado em Niterói, população optou pelo não armamento.
