Depois de quatro dias consecutivos de folia e até mesmo no meio do Carnaval, são poucos os que não reproduzem, ainda que sem muita convicção, a frase: “nunca mais eu bebo”. A afirmação costuma ser em decorrência dos incômodos sintomas apresentados quando a ressaca chega sem pedir licença. Para evitar que a festa deste ano seja atrapalhada por dores de cabeça, náuseas, tonturas e uma indisposição agonizante, o segredo é manter a alimentação fracionada ao longo do dia e caprichar, sem medo de exagerar, na hidratação.
Tentar manter o auto-controle para não ultrapassar todos os limites no consumo de bebidas alcoólicas também é fundamental. O álcool causa alterações enzimáticas no fígado, que descompensa suas funções para tentar manter o equilíbrio metabólico do organismo. Em um dado momento, o órgão não consegue mais balancear o comprometimento causado pela bebedeira e "pifa". É nesse momento que a ressaca dá as caras.
"No período de Carnaval é realmente muito comum as pessoas sofrerem com os sintomas da ressaca. Na empolgação da festa, bebe-se muito e, geralmente, os limites são ultrapassados. Some-se a isso, dias intensos de calor em Olinda, depois aquelas 'esticadinhas' ao Recife Antigo ao cair da noite. É necessário prevenir essa batalha do corpo com uma alimentação fracionada. Seria interessante comer a cada três ou quatro horas e beber muita água e isotônicos", ensinou a nutricionista clínica Luciana Mamede.
ALIMENTAÇÃO
Os cuidados para prevenir a ressaca devem começar já na primeira refeição do dia. Segundo a especialista, é necessário fazer um desjejum equilibrado e completo. "Uma boa opção é ingerir um carboidrato complexo (batata doce, inhame macaxeira), de lenta absorção, para manter o perfil glicêmico durante a folia. Como são de fácil digestão, o folião não vai sair com aquela sensação de estar empachado. Um ovo cozido (proteína) e uma fruta, para compor a reposição de eletrólitos, são boas escolhas", sugeriu Luciana.
Leia Também
Os lanches durante a folia podem ser feitos com espetinhos de frango, barras de cereais e proteínas, além das oleaginosas, como castanhas e amendoim. "O importante é consumir algo que você conheça a procedência. Dentro dos espetinhos, o de frango é o mais interessante. Não recomendo, porém, os de queijo coalho na brasa. Esse tipo de queijo, além de ser rico em gordura, ainda é muito perecível", alertou a nutricionista.
E se engana quem pensa que recorrer a comidas pesadas e gordurosas, como a feijoada, é a melhor escolha para repor as energias do dia . “O ideal é evitar jantar. Deve-se fazer uma ceia, com alimentos leves. Uma salada, sopa, um pão com queijo... O fígado já está castigado pelo excesso de álcool e a gordura não ajuda em nada nesse processo”, recomendou.
