Na manhã desta terça-feira (6), o governo de Pernambuco lançou o novo Plano Estadual de Enfrentamento às Doenças Transmitidas pelo Aedes, em Gravatá, no Agreste pernambucano. O Estado investirá, em 2017, R$ 78 milhões em ações de combate ao mosquito e assistência aos pacientes com dengue, chicungunha e zika, além de ampliação do investimento em pesquisas. O valor é o mesmo destinado às atividades de enfrentamento às arboviroses deste ano. A apresentação do plano foi feita durante o Seminário Novos Gestores, promovido pela Associação Municipalista de Pernambuco (Amupe).
Leia Também
- Zika: Dúvidas continuam um ano após divulgação dos primeiros casos de microcefalia
- Chicungunha: quase meio milhão de infectados na 1ª epidemia do Recife
- "Dengue não vai acabar amanhã", diz pesquisador eficácia de vacina
- Vacina contra dengue pode ser distribuída no final de 2017
- Recife e mais 854 cidades podem ter epidemais de dengue, zika e Chicungunha
- Conheça histórias de vida marcadas pela dengue, chicungunha e zika
Entre os destaques, está a efetivação do do Hospital Getúlio Vagas (HGV), no Cordeiro, Zona Oeste do Recife, como referência no atendimento e acompanhamento de pacientes com dores articulares crônicas provocadas pela chicungunha, que já acometeu mais de 25 mil pessoas em Pernambuco, se forem considerados apenas os casos confirmados da doença. Em agosto, a unidade começou a atender os pacientes através de um projeto piloto. Hoje, cerca de 180 pessoas são acompanhadas pelo Ambulatório de Acometimento Articular da Chicungunha.
O ambulatório do HGV conta com dois reumatologistas para o atendimento a pacientes com mais de 15 dias de dor articular após o início dos sintomas. Durante o acompanhamento, é oferecido tratamento medicamentoso e também é feito o diagnóstico diferencial com outras doenças reumatológicas. Além disso, se necessário, indica-se fisioterapia motora.
Durante o lançamento do plano, a Secretaria Estadual de Saúde (SES) informou que o atendimento de reumatologia também é feito nas Unidades Pernambucanas de Atenção Especializada (UPAEs) de Caruaru, Garanhuns, Afogados da Ingazeira e Serra Talhada, onde há fisioterapia motora. Os hospitais das Clínicas (HC) e Universitário Oswaldo Cruz (HUOC) também ofertam acompanhamento pela reumatologia. A marcação é feita pelos municípios de residência do paciente junto à Regulação Ambulatorial do Estado.
“Muitos pacientes apresentam queixas de dores articulares por meses após os primeiros sintomas da chicungunha. Depois de três meses, consideramos que esse é um quadro crônico, e o acompanhamento específico permite melhor recuperação e retorno às suas atividades de rotina, além de reduzir possíveis sequelas”, diz Iran Costa.
DESAFIO
Sobre o novo Plano Estadual de Enfrentamento das Doenças Transmitidas pelo Aedes, ele reforça que o maior desafio continua sendo o combate aos criadouros do mosquito e o apoio aos municípios. “Nosso plano tem cinco ações e inclui assistência aos pacientes com a doença, como também às famílias e crianças com microcefalia. E também tem um plano de mobilização social, já que não conseguimos fazer isso sozinho. A maioria dos criadouros está dentro das casas, residências, estabelecimentos comerciais e prédios públicos. Precisamos de todo o mundo. Além disso, há o investimento em pesquisas, que será ampliado este ano.”
Durante o evento de lançamento do plano, o governador Paulo Câmara também assinou a renovação, pela segunda vez, do decreto de situação de emergência devido à infestação do Aedes aegypti por 180 dias. A medida, que está em vigor desde o dia 1º de dezembro de 2015, busca agilizar e desburocratizar processos e manter a mobilização contra o mosquito em todo o Estado.
A SES já começou a encaminhar para os municípios bombas costais, material de campo e equipamentos de proteção individual para o trabalho dos agentes de campo. Também serão encaminhadas 60 mil capas para vedação de recipientes para armazenamento de água.