A incontestável força da obra de William Shakespeare continua a inspirar criações em diferentes linguagens, imbuídas de diferentes signos e possibilidades interpretativas. Nesta sexta-feira (11), às 20h, no Teatro Apolo, é a vez do ator Diógenes D. Lima utilizar a dramaturgia do inglês para uma salada mista intitulada Shakesfood, experiência fundamentada na arte do Teatro de Objetos.
Imagine a cena: você chega no teatro, é recebido por um maître recebe você e te encaminha para a sua “mesa” (nesse caso, o assento). Com sua senha/ingresso na mão, inicia-se uma aventura cênica e gastronômica no qual a imaginação e o paladar são os maiores aliados. É com essa estrutura que os atores Diógenes D. Lima e Thiago Ambrieel ambientam Shakesfood.
A dramaturgia acompanha a dupla de intérpretes e um músico que durante o processo de montagem de uma nova peça chegam à conclusão de que teatro não dá mais dinheiro; no Recife, o que “bomba” mesmo são restaurantes. O espetáculo é a segunda incursão de Diógenes no Teatro de Objetos – vertente do teatro de animação no qual, ao invés de bonecos, são utilizados utensílios.
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“Sempre quis trabalhar a obra de Shakespeare e, ao mesmo tempo, esse espetáculo surge como um cruzamento entre a ficção e a realidade, porque fazer teatro está cada vez mais complicado”, afirma Diógenes, que também assina a dramaturgia e a direção.
Os pratos criados nessa cozinha são todos inspirados em peças de Shakespeare. Assim, são servidos o sanduíche MacBeth Infeliz, o omelete Hamlet e a sobremesa Romeu e Julieta. O processo de criação das “delícias” dialoga com as obras do autor inglês.
“Utilizamos trocadilhos para criar esse universo lúdico, que mescla comédia e tragédia”, reforça.
FRAGMENTADO
Hamlet, história do príncipe dinamarquês atormentado pela morte de seu pai, que observa o reino ser usurpado por seu tio, ganha uma nova leitura pelas mãos da Trupe Artemanha. Hamlet? Fragmentado, em cartaz aos sábados, às 20h, no Galpão Citta (Rua João Francisco Lisboa, 170, Várzea), mescla o texto clássico com elementos contemporâneos.
Utilizando o texto de Shakespeare, assim como Hamlet Machine, versão iconoclasta do alemão Heiner Müller, o coletivo convida o público a adentrar a Dinamarca fétida e permeada por golpes políticos, enquanto toca nos temas filosóficos propostos pelo Bardo Inglês.