Celebração

Renato Góes fala sobre viver Jesus na Paixão de Nova Jerusalém

Ator, um dos galãs mais requisitados da televisão, já atuou no espetáculo

Márcio Bastos
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Márcio Bastos
Publicado em 23/03/2018 às 14:26
Alberes Júnior/Divulgação
Ator, um dos galãs mais requisitados da televisão, já atuou no espetáculo - FOTO: Alberes Júnior/Divulgação
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Anualmente, o Brejo da Madre de Deus se torna um centro de peregrinação, com milhares de pessoas, dos mais variados lugares, dirigindo-se à cidade agrestina para assistir à Paixão de Cristo de Nova Jerusalém. Para além de questões religiosas, a montagem, que acompanha os últimos dias do Nazareno, se tornou uma referência de qualidade técnica e artística, completando, este ano, cinco décadas de encenações. A nova temporada, que tem início sábado (24), voltará a ter um pernambucano no papel de Jesus, o ator Renato Góes.

Finalizada em 1968, a cidade-teatro foi a concretização do sonho do gaúcho Plínio Pacheco, que visualizava uma encenação de proporções épicas para O Drama do Calvário, que era montado de forma quase amadora nas ruas de Fazenda Nova. Casado com Diva, filha de Epaminondas e Sebastiana Mendonça, casal abastado da região, ele mobilizou tanto os moradores da região de Fazenda Nova quanto a classe artística do Estado.

Cinquenta e um anos depois, a Paixão de Cristo de Nova Jerusalém continua a atrair uma multidão diária entre 8 e 10 mil pessoas (desde sua inauguração, já foi visto por mais de 3,8 milhões de espectadores) e essa longevidade é, para Lúcio Lombardi, que assina a direção junto a Carlos Reis, resultado de respeito à tradição e também abertura ao futuro.

“Desde 1997, quando assumimos a direção e também optamos pela renovação constante do elenco principal, com artistas de fora do Estado, há um frescor, uma novidade. Mas, acima de tudo, há o valor da tradição. O texto mantém-se o mesmo há cinco décadas e é de autoria de Plínio Pacheco. Não modificamos o espetáculo, apenas aprimoramos”, explica.

Entre os aprimoramentos desta temporada está na cenografia. O artista plástico colombiano Nestor Robles renovou os cenários do Fórum de Pilatos, do Templo de Jerusalém e do Palácio de Herodes, utilizando uma técnica conhecida como faux painting que simula o mármore travertino e pedra envelhecida. O intuito é deixar os ambientes mais realistas.

A mesma premissa de se aproximar da estética da época em que viveu Jesus Cristo norteia o setor dos figurinos, comandado por Marina Pacheco. As indumentárias de personagens como Herodíades e Herodes ganham novos adereços.

Ainda no âmbito das novidades, além de Renato Góes como Jesus, Fabiana Pirro, também pernambucana, integra o elenco principal como Maria. Completam o time de protagonistas Kadu Moliterno (Pilatos), Victor Fasano (Herodes), Tonico Pereira (Anás), Nicole Bahls (Herodíades) e Rita Guedes (Madalena).

A ASCENSÃO

A Paixão de Cristo de Nova Jerusalém tem um lugar de destaque na trajetória de Renato Góes. O pernambucano, atualmente um dos nomes mais disputados da televisão brasileira, integrou por quatro anos, a partir de 2007, o apóstolo João.

Naquela época, ele já morava no Rio de Janeiro e via o espetáculo como uma oportunidade de amadurecimento profissional, assim como de reencontro com suas raízes.

“A Paixão me ajudava, tanto artística quanto psicologicamente. Sempre que vinha, me fortalecia muito com o contato com a cena local e me sentia acolhido pelos meus conterrâneos. Os atores sabiam da minha batalha [no Rio de Janeiro] e me davam suporte. Foi um período muito rico, de crescimento para mim”, avalia.

Durante os sete anos em que ficou afastado de Nova Jerusalém, ele conta que desejou várias vezes retornar. Sabia que, eventualmente isso aconteceria, só não imaginava, a princípio, que seria no papel principal.

“Estou muito orgulhoso e minha família também. Esse papel veio em um momento especial da minha carreira, mas não me sinto pressionado porque venho me preparando há muito tempo para isso. O sucesso não aconteceu do dia para a noite. É fruto de muito trabalho”, reflete.

Após a temporada em Pernambuco, ele retorna ao Rio de Janeiro para filmar Macabro, filme de Marcos Prado, que conta a história de dois irmãos necrófilos de Friburgo. Góes interpretará um policial designado para capturá-los. Ele adianta que está envolvido em outros dois projetos nas telonas, ainda em fase incipiente. Nos palcos, ele pretende montar, no segundo semestre, o espetáculo A Mãe, baseado na obra de Maximo Gorki. No final do ano, ele volta para a televisão com a novela Filhos da Terra, na Globo.

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