QUEERMUSEU

MAR divulga nota sobre decisão de Crivella em relação ao Queermuseu

No texto, a gestão destaca que "os museus são espaços fundamentais para a diversidade. Eles nos ajudam a conhecer diferentes ideias de mundo e a entender outros pontos de vista"

JC Online
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Publicado em 05/10/2017 às 11:00
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No texto, a gestão destaca que "os museus são espaços fundamentais para a diversidade. Eles nos ajudam a conhecer diferentes ideias de mundo e a entender outros pontos de vista" - FOTO: Reprodução
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O Museu de Arte do Rio (MAR) divulgou nesta quarta-feira (4/10) uma nota oficial, assinada com a OS Gestora do espaço, o Instituto Odeon, sobre a decisão do prefeito Marcelo Crivella (PRB) em relação à mostra Queermuseu: cartografias da diferença na arte brasileira". A exposição foi cancelada no Santander Cultural (Porto Alegre) após protestos.

"Como órgão da administração pública municipal, o Museu de Arte do Rio cumprirá a ordem da Prefeitura do Rio de Janeiro de não realizar a exposição Queermuseu: cartografias da diferença na arte brasileira. Entretanto, o MAR acredita que os museus são espaços fundamentais para a diversidade. Eles nos ajudam a conhecer diferentes ideias de mundo e a entender outros pontos de vista. Neles, o presente acontece e o futuro se constrói. A pluralidade, a amplitude e a continuidade das discussões do presente são a garantia do futuro de uma sociedade democrática", diz a gestão do espaço cultural em trecho da nota.

 

Nota oficial do MAR

Fundado em 2013 como “um museu de todos para todos”, o Museu de Arte do Rio (MAR) é uma instituição pública municipal gerida por meio de parceria com a sociedade civil que atua no campo da arte, da cultura visual e da educação. Nosso acervo, programa de exposições e programa educacional estão pautados na diversidade. Esta parceria com a sociedade existe justamente para que os interesses dos mais diversos públicos possam integrar, efetivamente, a gestão dos equipamentos culturais. As OS não são, portanto, apenas “administradoras”. Elas são instâncias de articulação e de ação da sociedade junto ao estado.

Questões como as culturas africanas, indígenas, judaicas, a gentrificação, a periferia, a discriminação dos nordestinos, a escravidão, a sexualidade, os movimentos sociais, a educação contra o preconceito, a favela, os movimentos LGBTQIA+, a acessibilidade, o direito à cidade, o feminismo, a imigração, o genocídio (indígena, negro, das mulheres, da comunidade trans e da juventude), a Amazônia, dentre outras, têm sido articuladas publicamente nas relações que o MAR estabelece com diferentes atores sociais, sempre na perspectiva da transversalidade e da revisão crítica dos discursos e narrativas históricas e atuais.

Como órgão da administração pública municipal, o Museu de Arte do Rio cumprirá a ordem da Prefeitura do Rio de Janeiro de não realizar a exposição “Queermuseu: cartografias da diferença na arte brasileira”. Entretanto, o MAR acredita que os museus são espaços fundamentais para a diversidade. Eles nos ajudam a conhecer diferentes ideias de mundo e a entender outros pontos de vista. Neles, o presente acontece e o futuro se constrói. A pluralidade, a amplitude e a continuidade das discussões do presente são a garantia do futuro de uma sociedade democrática.

Os debates propostos pela arte não devem ser interrompidos. Silenciar as discussões incômodas é não encarar os conflitos inerentes à sociedade. Por isso, a não realização de “Queermuseu” não impedirá que aconteça o debate que era, fundamentalmente, a intenção do MAR na reabertura desta exposição. Como um museu escola, reafirmamos nosso compromisso com um diálogo aberto, público e respeitoso. E convidamos a todos para, desde já, integrá-lo.

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