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A vez do Oscar em tempos de #MeToo

O Oscar encerra neste domingo, 4, uma temporada de prêmios marcada pela guerra contra os abusos sexuais e a desigualdade de gênero em Hollywood.

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Publicado em 02/03/2018 às 16:06
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O Oscar encerra neste domingo, 4, uma temporada de prêmios marcada pela guerra contra os abusos sexuais e a desigualdade de gênero em Hollywood. - FOTO: Foto: AFP
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O Oscar encerra no domingo (4) uma temporada de prêmios marcada pela guerra contra os abusos sexuais e a desigualdade de gênero em Hollywood.

Os escândalos, que começaram com as revelações perturbadoras contra o produtor Harvey Weinstein, deram vida a movimentos como o #MeToo e o Time's Up contra estes abusos e a favor de mais equidade.

O Oscar já encarou, no passado, fortes críticas por falta de diversidade racial e de gênero, e este ano sem dúvida "esses temas estarão presentes", disse à AFP Tim Gray, vice-presidente da Variety e editor de prêmios.

"As pessoas em Hollywood estão falando de diversidade, dos movimentos #TimesUp e #NeverAgain, embora seja difícil dizer algo significativo em 45 segundos".

Os 8.500 membros da Academia do cinema dos Estados Unidos - da que Weinstein foi expulso - votaram até terça-feira, e as previsões colocam A forma da água, do mexicano Guillermo del Toro, entre as favoritas, junto com Três anúncios para um crime.

Também Viva - A vida é uma festa, o filme de animação da Pixar e Disney inspirado no Dia dos Mortos no México, e Uma mulher fantástica, do chileno Sebastián Lelio, protagonizado pela atriz trans Daniela Vega.

O comediante Jimmy Kimmel será novamente o apresentador do Oscar, que este ano é organizado com muito cuidado para não repetir o fiasco do ano passado, quando Warren Beatty e Faye Dunaway receberam o envelope errado e entregaram o prêmio de melhor filme para La La Land: Cantando estações, quando na verdade era Moonlight: Sob a luz do luar.

"A Academia estará alerta", estimou o crítico de cinema Peter Debruge. "Mas de vez em quando um erro humano dá emoção ao show".

"Bálsamo para a alma" 

A forma da água conta a história de amor entre uma faxineira muda e um humanoide anfíbio preso em uma base ultrassecreta nos Estados Unidos da Guerra Fria.

"O mais bonito que ouvi é que o filme curou emocionalmente alguém ou que foi uma espécie de bálsamo para a alma", disse à AFP Del Toro, indicado em 2007 por O labirinto do fauno, que ganhou três estatuetas, embora não a de melhor diretor.

A forma da água recebeu no total 13 indicações ao Oscar, mais do que qualquer outro filme, incluindo a de melhor direção, na qual o mexicano é o favorito, após ter ganhado o Globo de Ouro, o Bafta e o prêmio do sindicato de atores.

Nessa categoria concorre também Greta Gerwig por Lady Bird, a única diretora indicada este ano e apenas a quinta nas 90 edições deste prestigioso prêmio.

Na categoria de melhor fotografia, foi indicada a primeira mulher na história do Oscar: Rachel Morrison, por Mudbound - Lágrimas sobre o Mississipi.

Segundo o site de previsões Gold Derby, o Oscar de melhor filme irá para Três anúncios para um crime, o drama dirigido por Martin McDonagh - não indicado - sobre uma mulher que aluga três outdoors para protestar contra a lentidão da investigação policial sobre a morte de sua filha.

O longa - que tem sete indicações, uma a menos que o filme bélico Dunkirk - deve levar também os prêmios pelas atuações de Frances McDormand e Sam Rockwell.

Gary Oldman provavelmente voltará para a casa com o Oscar por sua aclamada interpretação como o primeiro-ministro britânico Winston Churchill em O destino de uma nação, indicado em um total de seis categorias, assim como Trama fantasma.

Segundo a imprensa especializada, nenhum filme dominará os prêmios.

"Não me lembro de um ano com tanta incerteza, há ao menos quatro candidatos fortes" ao Oscar de melhor filme, disse Gray.

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