A história de Marielle Franco, vereadora brutalmente assassinada a tiros no Rio de Janeiro, será contada em filme. É o que informa o jornalista Ancelmo Gois em sua coluna, publicada nessa segunda-feira, 19. Apesar de contar a história da parlamentar, o longa-metragem, a ser realizado pela produtora Paula Barreto, será uma ficção, com sua renda destinada à Favela da Maré, onde Marielle cresceu.
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Em entrevista ao jornal O Globo, Paula Barreto declarou que quer "contar onde ela foi criada, a influência da Maré nela e como se transformou nessa líder que perdemos", ressaltando que "o que importa, agora, são os seus ideais". De acordo com Paula, o elenco será escolhido na Maré.
Conforme o colunista, o roteiro ficará por conta de João Paulo Reys, enquanto a trilha sonora, a cargo do compositor Jorge Mautner. Este último, inclusive, já chegou a compôr uma música em homenagem à mulher.
Ouça a íntegra abaixo:
#MariellePresente
A vereadora pelo Rio de Janeiro Marielle Franco, do PSOL, foi morta a tiros no bairro do Estácio, área central da capital carioca, na noite da última quarta-feira (14). Ela estava dentro de um carro acompanhada de Anderson Pedro Gomes, motorista que também foi morto, e de uma assessora, quando teria sido abordada por outro veículo.
Marielle voltava de um evento chamado “Jovens negras movendo as estruturas”, na Lapa, quando, de acordo com testemunhas, os criminosos emparelharam, atiraram pelo menos dez vezes, e fugiram. A principal hipótese é de que o crime teria sido premeditado.
Eleita com 46,5 mil votos, a quinta maior votação para vereadora nas eleições de 2016, Marielle Franco estava no primeiro mandato como parlamentar. Oriunda da favela da Maré, Zona Norte do Rio, Marielle tinha 38 anos, era socióloga, com mestrado em Administração Pública e militava no tema de direitos humanos.
A política tinha presença ativa nas redes sociais denunciando a violência policial nas favelas e lutando contra a discriminação racial e de gênero. No dia 10 de março, a vereadora chegou a denunciar uma ação de policiais do 41º BPM (Irajá) na favela de Acari.