Reginaldo Rossi é conhecido por todos como o Rei do Brega. Mas um novo filme sobre o cantor pernambucano mostrará sua faceta menos conhecida, como expoente de uma cena roqueira no Recife dos anos 1960. O projeto teve pesquisa de Edilson Vieira (repórter deste JC) e roteiro do DJ Dolores e terá direção de José Eduardo Mignoli, que no ano passado fez o documentário Caraguejo Elétrico.
O filme é uma co-produção entre a R-TV Filmes, Globo Nordeste e Globo Filmes, as gravações começam no final de março e a estreia está prevista para o final do ano, com primeira exibição na TV aberta e posteriormente em canais por assinatura da Rede Globo. O título provisório é Reginaldo Rossi, Meu Grande Amor. O projeto está em fase de finalização do roteiro.
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"É um documentário, mas pensamos em ficcionar algumas coisas para fugir da linguagem de TV e buscar algo um caminho talvez um pouco mais rebuscado", diz José Eduardo.
"A gente conversou com as pessoas que estavam ao redor dele, com o filho dele e tem um material muito grande, com entrevistas na rádio e televisão", conta DJ Dolores. "O que tem de original nesse projeto é que ele foge disso do brega. A gente tá abordando mais pelo lado pop, roqueiro que ele era".
"Tem uma Recife roqueira na década de 1960", observa. "Reginaldo, Os Carbonos, The Jordans estavam usando guitarra com fuzz no mesmo nível que se produzia naquela época, inclusive muito menos careta que Roberto e Erasmo Carlos. Tinham os clubes, que faziam show sem P.A. Era basicamente baixo, guitarra e bateria. E tinha público, tinha uma movimentação, com o pessoal alisando o cabelo para parecer com os Beatles".
BREGA
Apesar deste diferencial, o roteirista diz que não deixa de abordar a sua consagração na música romântica, que seria chamada de brega. "Não dava para deixar isso de fora", reconhece.
Sobre o momento de transição do Reginaldo dos bailes de Rock para o Reginaldo Rei do Brega, ele explica: "Ele (Reginaldo) estava meio esquecido. Arrumaram um contrato na Sony e ele volta nos anos 1990, em paralelo ao surgimento do Mangue Beat". A propósito, Dengue, baixista da Nação Zumbi, é parceiro de Dolores na direção musical do filme.