FIG 2017

Isadora Melo: leveza e potência na abertura do Festival de Garanunhs

Cantora pernambucana contou com as participações de Tizumba, Lui Coimbra e Mona Gadelha

Bruno Albertim
Cadastrado por
Bruno Albertim
Publicado em 20/07/2017 às 22:32
Rodrigo Ramos/Fundarpe/Divulgação
Cantora pernambucana contou com as participações de Tizumba, Lui Coimbra e Mona Gadelha - FOTO: Rodrigo Ramos/Fundarpe/Divulgação
Leitura:

GARANHUNS - Sóbrio, poético, cameristicamente elegante: com a delicadeza potente da jovem cantora pernambucana Isadora Melo, a 27ª edição do Festival de Inverno de Garanhuns foi aberto na noite desta quinta-feira com um concerto realizado na antiga estação de trem convertida no Teatro Luis Souto Dourado. Uma noite intimista, memorável.

Prestes a estrear, no Recife, uma temporada de shows sob a direção de João Falcão, Isadora apresentou, outra vez, o repertório de seu elogiado primeiro disco Vestuário. Contou com alterações no roteiro e as participações especialíssimas da cearense Mona Gadelha, do carioca Lui Coimbra e do mineiro Maurício Tizumba.

Logo após a fala cerimonial das autoridades, Isadora surge em contra luz e, à capela, solta os versos de Praia do Sossego. Em seguida, a banda capitaneada pelo maestro Juliano Holanda a faz desfilar os versos da canção Vestuário. A dicção poeticamente respeitosa faz a cantora parecer cantar com a leveza de quem borda cada verso.

No meio do concerto, Mona Gadelha assumiu o microfone para fazer uma versão de Galos, Noites e Quintais, de Belchior, o grande homenageado do festival. "Muito bom ter sido convidada para trazer um pouco de blues nessa ciranda", disse ela, parceira e contumaz intérprete do compositor. Densamente blues, ela trouxe "James Dean", peça de seu repertório e de seu disco "Cidade blues, Rock nas ruas".

MELODIA SENTIMENTAL

Antigo parceiro de Naná Vasconcelos, Lui Coimbra protagonizou um dos momentos de maior ovação. Sozinho e executando o próprio violoncello, ofereceu ao público sua versão da Melodia Sentimental de Villa Lobos.

Showman de rara poética, o mineiro Tizumba dividiu o palco com Isadora na singela e lírica Vendedor de Sonhos. Com o público já totalmente seduzido, usou suas botas "percursivas" (equipadas com chocalhos) para musicar sua dança numa espécie de flamengo do cerrado. Pra fechar a noite - e deixar o festival aberto - Isadora, amparada no contrabaixo de Juliano Holanda como principal guia, fez a plateia cantar cada palavra de Partilha - a canção por enquanto talismã desse cantora que apenas começa a ganhar o mundo.

Últimas notícias