Bacharel em direito, Heloisa de Carvalho Martins Arriba, filha do filósofo conservador Olavo de Carvalho, fez acusações graves contra o pai em texto publicado em seu perfil no Facebook e no blog Prometheo Liberto. Ela afirma que Olavo já apontou uma arma contra os próprios filhos.
A intenção de Heloisa, ela afirmou, é "desmascarar" Olavo, que tornou-se um intelectual símbolo da nova direita conservadora brasileira.
Leia Também
"Lembra que, em um surto de loucura, colocou uma arma na cabeça dos seus filhos?", escreve. "E onde estava o pai da “família margarina” que, quando soube que eu tinha sido abusada sexualmente, não fez absolutamente nada, e que há uns quatro meses ainda me culpou pelo abuso? Acho que você esqueceu de que eu só tinha 9 anos", completa.
Resposta: 'crime sem vítima'
Olavo respondeu às denúncias da filha por meio de seu perfil no Twitter, classificando o texto como "cartinha ridícula". O professor afirmou ainda que Heloísa “só passou curtos períodos comigo e não foi criada por mim”, foi educada “pela parte comunista da família”, os parentes do lado materno da bacharel em direito, de “caráter patológico” e entre os quais se incluiriam “dois esquizofrênicos com tendências homicidas”.
Olavo de Carvalho afirmou, em entrevista à revista Veja, que Heloísa não apresenta provas para as acusações publicadas em sua carta e que os seus outros filhos, irmãos de Heloisa, manifestaram apoio ao filósofo.
"Ela me acusa de ter ameaçado os meus filhos com um revólver na mão. E eles dizem que isso não aconteceu. É muito simples, ela tem sete irmãos, nenhum dos sete confirma o que ela está dizendo. Então é o crime sem vítima. Esse é um primeiro detalhe. Se houve um crime, há uma vítima, há um corpo de delito, então cadê a vítima? Isso nunca aconteceu, uma falou: ‘eu nunca fui ameaçada nem com chinelo na mão", afirmou, adicionando que Heloísa "não está boa da cabeça".
Olavo conta também que teve pouco contato com Heloísa desde que se mudou para os Estados Unidos, há 12 anos, e diz que não sabia do caso de abuso sexual. "Se ela sofreu um abuso sexual aos nove anos, quem foi o criminoso? Quem abusou dela? Por que ela não dá o nome? Ela acoberta o criminoso e vem acusar o pai quase 40 anos depois. Uma coisa que eu realmente não sabia. É um negócio totalmente sem provas, sem testemunha, sem coisa nenhuma, sem base nenhuma".