Em mais um desdobramento da Operação Trevo, deflagrada pela Polícia Federal (PF) no dia 11 de novembro, a Justiça Federal em Pernambuco (JFPE) recebeu nesta quinta-feira (11) denúncia do Ministério Público Federal (MPF) contra 13 integrantes de uma suposta quadrilha que comercializava máquinas caça-níqueis em vários estados.
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Por conta do grande número de suspeitos (mais de 20) e crimes a apurar, a PF solicitou - e a JFPE acatou - o desmembramento do processo original, gerando três, ao todo, cada um contendo um grupo com diferentes investigados. A denúncia recebida hoje refere-se ao primeiro grupo, chamado “Show Ball e Shock Machine”.
Segundo a PF, as máquinas vendidas pela organização tinham componentes eletrônicos estrangeiros que não são permitidos no Brasil e que foram adquiridos sem a documentação exigida. Além de lucrar com a venda destes equipamentos, a quadrilha também fazia a manutenção dos programas que desenvolvia para as máquinas e recebia parte do faturamento das casas de jogos que as adquiriam.
Os réus, conforme a PF, vinham atuando há aproximadamente 11 meses. Eles são acusados de comando ou participação em organização criminosa e contrabando. O grupo será citado e terá 10 dias para apresentar sua defesa.
A Operação Trevo desarticulou organizações que seriam especialistas em fraudar títulos de capitalização populares, jogos de azar, lavagem de dinheiro e crimes contra o Sistema Financeiro e a economia popular. Na ocasião, os donos do Pernambuco dá Sorte foram presos sob a acusação de comandarem o esquema, que alcançava 13 estados. Os empresários tiveram habeas corpus concedido pela justiça no último dia 27, mas a empresa está fechada desde então.
Na primeira fase da operação, diversos mandados de prisão e de busca e apreensão foram cumpridos, muitos deles no Recife. Altas quantias em dinheiro e artigos de luxo, como carros importados, foram encontrados e retidos pela PF. Até um policial militar foi preso na cidade suspeito de participar da quadrilha.
Por conta da suspensão das atividades, no final do mês de novembro o Pernambuco dá Sorte anunciou a demissão de 500 funcionários. Vinte e cinco instituições de caridade que recebiam verbas oriundas da venda dos títulos de capitalização também não estão recebendo os donativos.