O varejo pode registrar, na Páscoa, o primeiro crescimento das vendas em uma data comemorativa depois de dois anos. Desde 2015, as vendas da Páscoa, Dia das Mães, Dia dos Namorados, Dia dos Pais e Natal, as datas mais importantes para o comércio, vêm apresentando desempenho negativo.
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Para a Páscoa deste ano, projeções indicam que o volume de venda real, descontada a inflação, deverá crescer 1,3% em relação à mesma data de 2016, segundo a Confederação nacional do Comércio (CNC). Será o primeiro crescimento real desde 2014, quando houve um aumento de 2,6% nas vendas.
O avanço é pequeno, mas é um sinal importante, porque indica uma reversão de tendência. "O dado positivo para o varejo é a quebra da sequência de queda nas vendas", diz o economista sênior da CNC, responsável pelas projeções, Fabio Bentes. Ele acredita que esse movimento não será restrito à Páscoa, mas deve se repetir também em outras datas comemorativas ao longo deste ano.
No caso da Páscoa, Bentes explica que o faturamento deve se concentrar nos hipermercados, supermercados e nas lojas especializadas. A expectativa é que esse segmento do varejo fature neste ano R$ 2,1 bilhões. Como a Páscoa é uma data móvel, isto é, não cai sempre no mesmo mês, o economista explica que fez os ajustes e considerou o desempenho registrado no mês específico em cada ano para as devidas comparações.
Inflação
Boa parte da reação de vendas deve ocorrer por causa da desaceleração da inflação, que amplia o poder de compra do consumidor. Inicialmente, diz Bentes, a expectativa era de estabilidade nas vendas da Páscoa em relação às da mesma data do ano passado. Mas, diante dos indicadores mais favoráveis que começaram a aparecer, especialmente a desaceleração da inflação, as projeções foram revisadas para cima.
O comportamento moderado do produtos e serviços geralmente mais consumidos nesta época do ano fez com que a inflação da "cesta de Páscoa", apurada pela CNC, registrasse nos últimos 12 meses encerrados em março aumento de 4,6%. É um terço da alta atingida no ano passado (12,3%) e a menor variação para esse grupo de produtos desde 2008 (4,5%). Os cálculos foram feitos com base na prévia do índice oficial de inflação do IBGE, o IPCA-15.
Bentes observa que a variação dos preços da cesta de Páscoa poderia ser menor ainda, se não fosse a mudança da tributação do chocolate. Até 1.º de maio do ano passado, o Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) do chocolate variava entre R$ 0,09 e R$ 0,12 por quilo. Para aumentar a arrecadação, o produto passou a ser tributado com um alíquota fixa 5% sobre o valor de venda. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.