O presidente da República, Michel Temer, afirmou nesta sexta-feira (12) que a inflação, que estava próxima de 10%, já caiu para perto de 4%. "Eu mesmo, o (ministro Henrique) Meirelles, Dyogo (Oliveira, ministro do Planejamento), Ilan (Goldfajn, presidente do Banco Central), imaginávamos que ficaria abaixo da meta", afirmou Temer. "Talvez no fim do ano tenhamos notícias mais alvissareiras."
Temer lembrou que os juros estão caindo e disse que o desemprego, "que é a pior herança de época de gastos, em breve começará a ceder". "Não temos dúvida disso. Muitos analistas econômicos dizem que o otimismo começa a transparecer na fala e no gesto do povo brasileiro", disse o presidente.
Em sua fala, ele citou ainda a modernização da legislação trabalhista, "já aprovada na Câmara. Segundo ele, ela gerará mais empregos no País. "Quero enfatizar, com letras garrafais, que estamos garantindo total proteção ao direito do trabalhador", disse Temer. "Vejo irresponsabilidade das pessoas, que divulgam que estamos tirando direitos do trabalhador. No artigo 7º da Constituição, essas pessoas verificariam que os direitos trabalhistas estão todos assegurados lá. Está na Constituição."
Temer afirmou que é a Constituição o que garante os direitos trabalhistas. "Não haverá nenhum direito a menos para o trabalhador brasileiro", disse.
Destacou ainda que, com as reformas em curso, os investimentos estão voltando. "Como demonstram os recentes leilões de portos e aeroportos e linhas de transmissão de energia elétrica. O sucesso será alcançado pelo leilões de petróleo", afirmou.
Temer e os ministros participaram nesta sexta da cerimônia de um ano de governo, que também contou com a presença de líderes da base aliada do governo.
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Petrobras e Banco do Brasil
O presidente da República comemorou o resultado financeiro de duas das principais estatais brasileiras: o lucro de R$ 4,45 bilhões anunciado pela Petrobras e o ganho de R$ 2,4 bilhões do Banco do Brasil no primeiro trimestre. "Recuperamos empresas que estavam em sérias condições econômicas", disse Temer em cerimônia para comemorar o primeiro ano do governo.
"Se nos lembrássemos de um ano atrás, talvez não mencionássemos a Petrobras porque era motivo de envergonhamento. Hoje, podemos falar em alto e bom som que ela oferece aquilo que ela se destinou: orgulho para os brasileiros", disse. "É fruto do equilíbrio e seriedade que a administração é conduzida", completou.
O presidente afirmou que o trabalho feito nas estatais foi de "arrumar a casa e melhorar a administração". "Não é questão de ideologia, é questão de responsabilidade e coragem para fazer o que precisa ser feito. O que o povo brasileiro quer é resultado", disse, ao minimizar o "onde e como".
Para Temer, "os rótulos perderam qualquer significado". "O rótulo que vale para o cidadão é o rótulo do resultado."
FGTS
O presidente disse que os números positivos do varejo já são reflexo da liberação de saques das contas inativas do FGTS. "Com os recursos do FGTS, demos fôlego para famílias pagarem dívidas ou fazerem investimentos e compras. Mais de R$ 40 bilhões já estão entrando na economia", completou, durante cerimônia de balanço do primeiro ano do seu governo.
Temer afirmou que, às 9h10 desta sexta-feira, dez minutos após a abertura das agências da Caixa, 242 mil trabalhadores já haviam comparecido para sacar os recursos. "Vamos atender mais de R$ 30 milhões de trabalhadores", acrescentou.
Transposição
Ele também ressaltou a conclusão de obras que estavam paralisadas, como a transposição do rio São Francisco. "Vamos concluir outras obras que se arrastam há muitos anos, como a Ferrovia Norte-Sul", acrescentou.
Em seu discurso, Temer ressaltou medidas para população carente, como a distribuição de quase 60 mil títulos de terra para agricultores pobres. Outra medida destacada pelo presidente foi a priorização do transporte de órgãos para transplantes em aviões da Força Aérea Brasileira.
Previdência
O presidente reafirmou a confiança de que será possível aprovar a Reforma da Previdência. "Devo dizer que tarefa muito importante é salvar a Previdência. Já avançamos muito à base de muito diálogo e bom senso. Não tenho dúvida que conseguiremos aprovar a reforma e nenhum brasileiro ficará sem aposentadoria", disse.
"Sairemos desse debate com uma Previdência mais justa, sem privilégios, e com atenção aos mais pobres", disse Temer, ao citar que ficou chocado com uma imagem de uma senhora que pedia esmola no centro do Rio de Janeiro após não receber a aposentadoria por três meses. "Não deixaremos o Brasil chegar a esse ponto."