O presidente do Banco Central, Ilan Goldfajn, afirmou em discurso nesta sexta-feira (11) em São Paulo que o juro real da economia brasileira, quando se desconta a inflação da taxa nominal, atingiu um nível histórico de baixa, que tende a estimular a atividade econômica. O dirigente estima que o indicador está na casa dos 3,5%.
Ilan ressaltou que o juro real estava acima de 20% na década de 90 e passou para patamares em torno de 10% na década passada. Nos últimos cinco anos, estas taxas chegaram a uma média de 5%. "Mais recentemente, as taxas recuaram de valores em torno de 9% e agora estão próximas de 3,5%, patamar que tende a estimular a economia."
O presidente do BC ressaltou que é preciso seguir com a agenda de reformas estruturais, principalmente a fiscal. Estas reformas, reforçou ele, vão garantir a redução das taxas de juros estruturais da economia. Ilan ressaltou que a TLP, a nova taxa de juros de longo prazo do país, vai contribuir para o ajuste fiscal, ao reduzir o crédito subsidiado na economia, contribuindo para a queda da dívida pública, além de aumentar a potência da política monetária.
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Crédito
Em torno de 50% do crédito no Brasil não é concedido a taxas de mercados, mas a juros subsidiados, segundo Ilan. É preciso reduzir este porcentual, ressaltou ele ao falar da agenda BC+, que tem uma série de iniciativas para melhorar a eficiência do sistema financeiro e baratear o custo do crédito no país.
No discurso, Ilan afirmou que os juros para o tomador final dos bancos estão em queda e também recuaram nos cartões. Esta tendência deve seguir. No caso dos cartões, o presidente do BC comentou que a taxa do rotativo regular (para aqueles que pagaram o saldo mínimo) caiu de 14,9% ao mês em março de 2017 para 10,5% em junho.
Ilan fez a abertura do XII Seminário Anual sobre Riscos, Estabilidade Financeira e Economia Bancária que acontece nesta sexta-feira em São Paulo.