LEILÕES

Dyogo: 'Vitória de estrangeiras favorece exploração do pré-sal'

Segundo o ministro, o resultado da segunda e terceira rodadas dos leilões, que arrecadou R$ 6,15 bilhões, com ágio médio de 264,4%

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Publicado em 27/10/2017 às 17:40
Foto: Fabio Rodrigues Pozzebom/Agência Brasil
Segundo o ministro, o resultado da segunda e terceira rodadas dos leilões, que arrecadou R$ 6,15 bilhões, com ágio médio de 264,4% - FOTO: Foto: Fabio Rodrigues Pozzebom/Agência Brasil
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A vitória de empresas estrangeiras nos leilões de exploração do pré-sal reforça o acerto do fim da Petrobras como operadora única dos poços, escreveu o ministro do Planejamento, Dyogo Oliveira, em uma sequência de comentários na rede social Twitter. Ele postou que a abertura da concorrência favorece a exploração da camada do pré-sal e contribui para a criação de empregos.

“A vitória de empresas estrangeiras reforça o acerto em abrir o leilão para a participação de outros operadores explorarem o pré-sal sem a Petrobras”, escreveu o ministro. Ele destacou que, das oito áreas ofertadas, três foram arrematadas por consórcios liderados pela Petrobras e três ficaram nas mãos de petroleiras estrangeiras.

Segundo o ministro, o resultado da segunda e terceira rodadas dos leilões, que arrecadou R$ 6,15 bilhões, com ágio médio de 264,4%, foi bem-sucedido, com percentuais elevados de participação do óleo que ficarão nas mãos do Estado.

“O resultado contribuirá na geração de empregos de alta complexidade, renda e é demonstração de confiança das empresas nacionais e internacionais”, destacou o ministro. Dyogo Oliveira, no entanto, disse que a União poderia arrecadar mais no curto prazo, caso o regime fosse de concessão, não de partilha.

“No entanto, o modelo utilizado no leilão, que é o regime de partilha, não favorece recuperação de receita para União este ano em favor do recebimento de petróleo no futuro”, concluiu o ministro Dyogo Oliveira.

No regime de concessão, usado nos poços tradicionais de petróleo, o consórcio vencedor é dono de todo o petróleo extraído, mas paga royalties e participação especial ao governo. No regime de partilha, o Estado é dono da maior parte do petróleo extraído e só recebe o dinheiro ao vender o combustível no mercado. As empresas ficam apenas com o óleo necessário para cobrir os custos de exploração e de uma parcela do lucro.

CNI

A Confederação Nacional da Indústria (CNI) considerou positivo o resultado dos leilões do pré-sal. Para a entidade, o sucesso nos leilões fortalece a economia do país. “O resultado dos leilões confirma o potencial do Brasil para investimentos estrangeiros na área de petróleo e colabora para a recuperação da economia brasileira e a retomada dos empregos”, destacou a confederação em nota.

Para a CNI, o fim da obrigatoriedade de a Petrobras ser a operadora única na área do pré-sal favoreceu a concorrência e elevou a arrecadação dos leilões. “Mesmo com os baixos preços do petróleo, em razão da sobreoferta, os campos ofertados no pré-sal são atraentes para o capital estrangeiro em razão do alto potencial de produtividade”, concluiu a nota da entidade.

Firjan

Para o Sistema Firjan, os leilões do pré-sal confirmaram o início de um novo ciclo de investimentos e reforçaram a disposição do governo brasileiro com o cumprimento do calendário regular de leilões.

Por meio de nota, a entidade informou que a periodicidade dos leilões traz previsibilidade para que a indústria possa planejar seus investimentos, "fator chave para que o Brasil garanta sua atratividade no cenário mundial. É essencial a inserção da indústria nacional nos investimentos de petróleo e gás, como forma de também gerar demanda por energia e produtos derivados do próprio mercado, numa economia circular virtuosa".

De acordo com a Firjan, as rodadas desta sexta-feira marcaram também o primeiro leilão para exploração do pré-sal brasileiro depois do fim da cláusula de obrigação do operador único na Lei da Partilha. Acrescentou que o fim do operador único evita que a rede de fornecedores trabalhe com apenas um único cliente, reduzindo a vulnerabilidade econômica do país e, por isso, vital para a retomada do crescimento da indústria.

Na nota, a Firjan esclarece que a identificação das demandas de bens e serviços, "necessárias para o desenvolvimento dessas áreas estratégicas, é fundamental para que as empresas do encadeamento produtivo possam produzir nos patamares desejáveis, com escala necessária para a indústria do petróleo e gás alcançar maior produtividade.

"O Rio de Janeiro será o principal favorecido com o desenvolvimento das áreas arrematadas durante o leilão, já que mais da metade destas áreas fazem fronteira com o estado", concluiu a nota.

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