O novo presidente da Companhia Hidro Elétrica do São Francisco (Chesf), Fábio Lopes Alves, chega ao comando da subsidiária da Eletrobras no Nordeste com o desafio de melhorar a eficiência empresarial da companhia. Esse, de acordo com ele, será inclusive o foco da sua gestão, que tem pela frente a desestatização da empresa e a necessidade de enxugamento dos custos.
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“O objetivo na Chesf será manter os esforços que já vêm sendo feitos para melhorar a eficiência empresarial e reduzir os custos. O projeto de desestatização da Eletrobras traz em sua modelagem já a proposta de voltar as usinas da Chesf para um regime de produção independente de energia, saindo do regime de cotas. Isso é salutar porque reequilibra a receita da empresa e tira o risco hidrológico (aumento do custo por conta da falta de água) do consumidor”, diz ele.
No ano passado, o lucro da Chesf registrou uma redução de 73,8% em relação ao resultado de 2016, fechando em R$ 1,04 bilhão. O resultado só não foi pior pelo impacto da indenização do governo federal, referente a ativos das instalações de Rede Básica do Sistema Existente (RBSE), que somaram R$ 1,197 bilhão à contabilidade da empresa.
O atual preço praticado pela Chesf para a comercialização do megawatt-hora (MWh) de energia – de R$ 9, enquanto outras empresas vendem a mesma energia 16 vezes mais cara, também é apontado por Alves como um ponto que precisa ser mudado. O preço da venda da energia da estatal baixou para cumprir a lei sancionada pela ex-presidente Dilma Rousseff (PT), que pretendia baratear o valor pago pelo consumidor. “Esse é o preço calculado com base no que a Chesf recebe para operar e manter as usinas. Representa quanto volta em valor líquido para a companhia por megawatt produzido. Lógico que isso é insuficiente para cobrir os custos. Teremos que trabalhar na mudança desse valor, caso não se mude o regime de cotas, para que a empresa esteja equilibrada e consiga cumprir seu papel social”, reforça Fábio.
Perfil
O até então presidente da Chesf, Sinval Gama, deixou a companhia para integrar a diretoria do Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS). Fábio é formado em engenharia elétrica pela Universidade Federal de Pernambuco (UFPE). Entre 1996 e 1998, foi Diretor-Presidente da Companhia Energética de Pernambuco (Celpe). Em 2003, ocupou o cargo de Chefe de Gabinete da Presidência da Companhia Hidro Elétrica do São Francisco (Chesf). No período de 2004 a 2014 foi Diretor Técnico da empresa Sistema de Transmissão Nordeste (STN). Sua posição mais recente no setor foi a de Diretor Administrativo-Financeiro na Transnorte Energia S.A. (TNE), cargo que ocupou de 2014 até o dia 10 de junho de 2016, quando foi nomeado Secretário de Energia Elétrica do Ministério de Minas e Energia.